Zanin autoriza operação da PF contra grupo que cobrava R$ 250 mil para espionar ministros

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O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a prisão preventiva de cinco pessoas na investigação que apura a morte do advogado Roberto Zampieri, em Mato Grosso. Durante a apuração do assassinato, a Polícia Federal descobriu a existência de uma organização criminosa responsável pela prática de crimes de homicídios sob encomenda e espionagem.

Entre as informações trazidas pelos agentes está uma tabela com preços cobrados pelo grupo criminoso para espionagem de acordo com o cargo. Para “figuras normais” o preço seria de R$ 50 mil; deputados, R$ 100 mil; senadores, R$ 150 mil e ministros do Judiciário, R$ 250 mil.

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O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, informou que “a apuração é sigilosa e está em fase inicial”. “Não é hora, ainda, de formular conclusões.”

7ª Fase da Operação Sisamnes

O assassinato de Zampieri deu início à investigação de um esquema de vendas de sentenças que envolve tribunais brasileiros como o Superior Tribunal de Justiça (STJ). A 7ª Fase da Operação Sisamnes foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (28/5).

Além das prisões, a PF também cumpre quatro mandados de monitoramento eletrônico, seis mandados de busca e apreensão e recolhimento de passaportes. As ações ocorrem nos estados de Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais.

O esquema de venda de sentenças está sendo investigado em sigilo, mas tornou-se público após uma reportagem da Revista Veja. De acordo com a matéria, existe um comércio de sentenças que opera há pelo menos quatro anos no Brasil nas mais diversas instâncias, inclusive no STJ.

As apurações começaram após o assassinato de Zampieri. O celular apreendido com ele pela polícia revelou diálogos que indicam acesso indevido a decisões judiciais e possível influência nos resultados dos processos. Apontado como lobista do esquema, Anderson de Oliveira Gonçalves está preso desde 26 de novembro de 2024.