Setor de transporte foca em inovação logística na COP30

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O setor produtivo vai debater na COP30, em Belém (PA), a transição energética, infraestrutura resiliente e descarbonização do transporte brasileiro. Esse papel será desenvolvido, em parte, na Estação do Desenvolvimentoespaço próprio do Sistema Transporte na conferência.

O espaço para conversas técnicas, conexões entre participantes, apresentações culturais e demonstrações tecnológicas terá 4.000 m², dois palcos, 13 estandes e capacidade para receber até 12 mil pessoas durante todo o evento. Instalado a cerca de 7 km do local oficial da COP, o ambiente funcionará de maneira complementar às Blue e Green Zones, favorecendo o protagonismo do transporte e dos seus parceiros no principal evento global sobre o clima.

“A presença na conferência climática fortalece nossa atuação de articulador multissetorial no incentivo de políticas públicas alinhadas à agenda de sustentabilidade do país, mantendo diálogo contínuo com o poder público, empresas e entidades”, destaca Vinicius Ladeira, diretor do Sistema Transporte e líder do projeto Transporte e a COP30.

Para viabilizar a realização do projeto, foram firmados acordos de cooperação técnica com o Ministério dos Transportes e o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor). A parceria é voltada para projetos de sustentabilidade e cuidado com o trabalhador durante a COP30, com propostas de ações de saúde nos portos e a produção de dados e estudos técnicos nos setores portuário e hidroviário.

No campo institucional, o Sistema Transporte conta com parceria do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), Instituto Ethos, Childhood, Partnership on Sustainable Low Carbon Transport (SLOCAT), Organização Internacional dos Empregadores (OIE), e a Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Navegação Interior (Abani).

O setor privado também marcará presença no espaço. O Movimento da Infraestrutura (MoveInfra), um dos patrocinadores da Estação do Desenvolvimento, contribui para fortalecer o papel da infraestrutura na transição para uma economia verde, além de ampliar o alcance da iniciativa ao incentivar a participação de mais seis grupos com forte atuação em concessões de transporte e logística multimodal: EcoRodovias, Hidrovias do Brasil, Motiva, Rumo, Santos Brasil e Ultracargo, empresas que atuam em setores estratégicos, como rodovias, ferrovias, portos, hidrovias, aeroportos e mobilidade urbana. Completam o time de patrocinadores a Associação de Terminais Portuários Privados (ATP) e Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (ABAC). Ambas as entidades devem trazer debates e propostas de soluções para o modal hidroviário brasileiro.

Adicionalmente, a Estação do Desenvolvimento abrigará os side events do Pacto Global da ONU, reforçando a importância do espaço. Haverá, ainda, um cine-debate do filme “Manas”, com a presença da diretora Marianna Brennand e da estrela Dira Paes.

Programação: conhecimento e inovação em destaque

No palco técnico, a programação traz painéis temáticos com os temas: mudanças climáticas, adaptação, mitigação, infraestrutura resiliente e justiça climática; finanças sustentáveis; transição energética e descarbonização, agenda ESG; inovação tecnológica; mobilidade verde; transição justa e empregos verdes.

O diálogo inclui projetos como o Estudo Coalizão pela Descarbonização dos Transportes. Realizado junto a mais de 50 empresas, o grupo aponta 90 propostas para a redução de até 68% da emissão de carbono do setor até 2050. Outros projetos do Sistema Transporte também estarão na pauta, como o Programa Despoluir, que em 18 anos de existência realizou  mais de 5 milhões de avaliações veiculares ambientais em todo o Brasil.

Na agenda, estão previstas ainda experiências diferenciadas para os visitantes, como uma imersão aquaviária pelo rio Guamá, permitindo que delegações internacionais conheçam de perto a operação portuária, além de apreciar o ecossistema local. A Estação contará também com um palco artístico, que inclui shows de Fafá de Belém, Dona Odete, Zaynara, Trilogia e grupos de carimbó. “A ideia é que seja um espaço para fazer negócios, compartilhar conhecimento e, ao mesmo tempo, valorizar a riqueza cultural e ambiental da Amazônia”, conclui Vinícius.

Histórico

A presença na COP30 é a continuidade de uma trajetória de participação do Sistema Transporte nas conferências climáticas. Na COP28, em Dubai, a entidade destacou a importância do hidrogênio verde no painel que realizou sobre o papel do transporte brasileiro na transição energética. Durante a COP29, o Sistema Transporte conquistou maior protagonismo com participação ativa na Blue e Green Zone e foi destaque na programação dos espaços do Consórcio Amazônia Legal, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Apex Brasil (espaço oficial do governo brasileiro), com a “Tarde do Transporte e da Transição Energética”, evento que abrangeu discussões estratégicas e reforçou o protagonismo brasileiro na agenda climática.

Neste ano, o Sistema Transporte integra o Hub de Biocombustíveis e Elétricos, criado pelo Pacto como parte da estratégia para a COP30. “O Hub funciona como um centro de articulação, reunindo empresas, governo, academia e instituições financeiras para acelerar a adoção de combustíveis renováveis e a eletrificação no transporte”, conta Vinicius.

O Sistema Transporte aderiu ao Programa Pacto Rumo à COP30 e assegurou assento no Comitê Consultivo do Hub, participando de discussões técnicas e formulação de propostas que buscam viabilizar uma transição energética justa, eficiente e financeiramente viável.