A saúde é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças ou enfermidades.
Essa definição amplia o conceito tradicional de saúde, considerando não apenas a ausência de condições patológicas, mas trazendo as condições e qualidade de vida, e atenção também para o equilíbrio emocional, psicológico e social. A saúde soma condições individuais, ambientais e sociais que contribuem para o bem-estar geral de uma pessoa e da coletividade.
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Quando pensamos em uma situação crônica nos referimos a uma característica de longa duração, e tempo de progressão prolongado ou por ser recorrente ao longo do tempo.
Ao considerarmos saúde crônica, estamos trazendo o conceito de uma vida e jornada de nascer, crescer, amadurecer, trabalhar e envelhecer saudável. Considerando um conceito amplo de saúde, influenciada por fatores genéticos, ambientais, hábitos de vida e acesso a cuidados de saúde.
A população brasileira está envelhecendo rapidamente, dados do IBGE demonstram que entre os anos de 2010 e 2022 a população idosa no Brasil cresceu 57,4%, e com maior longevidade. A expectativa de vida nos anos 2000 era de 69,83 anos, já em 2023 subiu para 74,4 anos e deve chegar a 83,9 em 2070.
Esta virada etária no país nos faz almejar uma longevidade saudável, que vai além de simplesmente viver por um longo período; refere-se à capacidade de viver uma vida longa com boa saúde física, mental e emocional. Isso implica envelhecer com qualidade de vida, mantendo a autonomia, a vitalidade e a funcionalidade por um período prolongado, minimizando o risco de doenças crônicas e incapacidades. Portanto, saúde crônica.
Um dos focos centrais da saúde crônica é a necessidade de uma política de Estado transversal e um planejamento e monitoramento de longo prazo. No eixo saúde, a atenção primária desempenha um papel fundamental nesse processo, atuando na coordenação da gestão de risco e do cuidado contínuo, na prevenção de agravos e na promoção de uma melhor qualidade de vida para a população.
O modelo de assistência à doença tem um custo maior do que as famílias e o sistema podem pagar ou sustentar. Chegou a hora de atualizar o modelo e mudar o foco dos investimentos em saúde potencializando o poder da promoção e prevenção em saúde, e gestão de riscos, usando as melhores evidências que dispomos e tecnologia da informação para mudar de forma exponencial os resultados atuais.
É tempo de utilizarmos os dados reais, as ferramentas preditivas e inteligência artificial, e tantas outras ferramentas de saúde digital para melhorar a tomada de decisão e reduzir os impactos das doenças e enfermidades no custo gerado pelo modelo atual.
Esta é uma nova forma de pensar a saúde, de planejar o Estado e o sistema, de definir os indicadores, de modelar os serviços e redefinir a remuneração. O que pode impactar de forma decisiva a gestão, sustentabilidade e perenidade do sistema de saúde no nosso país.