O mercado de planos de saúde obteve o seu melhor desempenho financeiro no período pós-pandemia de Covid-19. Em 2023, as operadoras de saúde registraram um lucro líquido de R$ 3 bilhões, conforme indicado pelo Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar, divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na última quinta-feira (18/4). Em 2022, as operadoras haviam registrado lucro líquido de R$ 600 milhões.
De acordo com o relatório, as administradoras de benefícios alcançaram, em 2023, um resultado líquido de R$ 406,4 milhões, enquanto as operadoras exclusivamente odontológicas e as médico-hospitalares, obtiveram lucro líquido de R$ 652,8 milhões e R$ 1,93 bilhões, respectivamente.
Embora o setor de saúde suplementar tenha encerrado o ano passado com um prejuízo operacional de R$ 5,9 bilhões, isso representa uma redução significativa de 44% em comparação com os R$ 10,6 bilhões de prejuízo operacional registrados em 2022.
O prejuízo operacional de 2023 foi compensado pelo resultado financeiro recorde de R$ 11,2 bilhões, principalmente decorrente de aplicações financeiras, que acumularam quase R$ 111 bilhões no ano passado.
A ANS também enfatizou que o resultado para o 4° trimestre de 2023 foi o melhor desde o 1° trimestre de 2021. “A recuperação está acontecendo, os resultados são melhores do que o que foi projetado para o setor”, avaliou Jorge Aquino, diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS.
“Se em 2022 foi registrado prejuízo na casa de 530 milhões no segmento médico-hospitalar, 2023 já trouxe lucro de 1,9 bilhão. Inclusive, poderíamos até mesmo ter números melhores, mas houve ajustes contábeis significativos em operadoras maiores que tiveram impacto nos resultados gerais. Contudo, é preciso ter uma visão mais ampla do cenário. Temos acompanhado atentamente certas dificuldades na gestão das operadoras”, pontuou Aquino.
A sinistralidade, principal indicador do desempenho das operadoras, atingiu 87% em 2023, representando uma redução de 2,2 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Isso significa que 87% das receitas das mensalidades foram utilizadas para despesas assistenciais.