Nos últimos anos, testemunhamos uma revolução industrial sem precedentes, conhecida como a Indústria 4.0, que trouxe avanços como a automação, a Inteligência Artificial e a conectividade para o centro das operações de negócios, de forma global.
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Agora, enquanto adentramos a era da Indústria 5.0, estamos prestes a ver uma evolução ainda mais dramática, com a interação humano-máquina atingindo novos patamares de sofisticação. Nesse cenário de mudanças radicais, há oportunidades únicas para o posicionamento das marcas jurídicas, tornando o Legal Design uma ferramenta indispensável para os escritórios de advocacia.
Advocacia 5.0: descubra o que o seu cliente procura
O termo “Indústria 5.0” foi mencionado pelo governo japonês em 2016, e guarda relação com a interface entre máquinas e seres humanos. Essa abordagem promove a união das habilidades humanas com a tecnologia para melhorar os aspectos sociais, ambientais e governamentais.
Por se tratar de uma nova revolução tecnológica, apresentam-se desafios significativos para os profissionais do direito, pois surge uma nova geração de consumidores de serviços jurídicos.
O consumidor 5.0 é distinto de seus predecessores, nascido em um ambiente digital e confortável com a tecnologia. Sua preferência por serviços online é evidente, mas ele não baseia sua escolha somente na qualidade do serviço, ele valoriza o atendimento personalizado, experiências positivas e a identificação com os valores da marca.
A grande notícia é que esses consumidores são influentes. Bem-informados e ativos nas redes sociais, têm o poder de influenciar outros com base em suas experiências. Isso torna o cliente 5.0 um potencial lead para escritórios de advocacia que sabem atender às suas necessidades e expectativas.
Os principais desafios dos escritórios de advocacia para estabelecer uma estratégia de marketing e posicionamento
O consumidor 5.0 representa um desafio intrigante para muitos escritórios de advocacia, pois a compreensão de como atrair esses clientes em potencial é limitada. Na área jurídica, raramente se estuda a experiência do cliente, e o novo perfil exige um atendimento substancialmente diferente do convencional.
Hoje, enfrentamos três principais obstáculos que impedem os profissionais jurídicos de aproveitar a Indústria 5.0: competição intensa, falta de conhecimento sobre como se comunicar com o cliente e a necessidade de posicionar adequadamente a marca.
O Brasil tem mais faculdades de Direito que qualquer outro país, com 1,3 milhão de advogados em agosto de 2022, segundo dados da OAB Federal, resultando em uma proporção de 164 possíveis clientes por profissional, que diminui a cada edição do exame da Ordem.
Esse cenário caótico é impulsionado pela concorrência feroz e pela dificuldade de atrair e manter clientes em um mercado saturado. Mesmo com uma ampla base de clientes, a insatisfação do consumidor o leva a buscar outros profissionais que atendam às suas expectativas, uma tarefa facilitada pela presença de concorrentes na internet, a exemplo das redes sociais.
A única solução viável para esse desafio é investir no entendimento da jornada do cliente e implementar uma estratégia de marketing e posicionamento eficaz.
Legal Design: uma estratégia de diferenciação e engajamento geradora de conexões genuínas
O Legal Design é a resposta aos desafios da Indústria 5.0, fundamentado na reformulação das práticas do mercado jurídico com base nos princípios de design centrado no usuário. Essa abordagem visa a aprimorar a comunicação e tornar os serviços jurídicos mais eficazes, compreensíveis e atraentes para o público-alvo.
No âmbito do Legal Design, o cliente é estudado, compreendido e priorizado, tornando mais fácil atender às suas expectativas e comunicar de forma eficaz. A chave para o sucesso de qualquer marca, seja no campo jurídico ou não, reside na capacidade de entender seu público-alvo e comunicar-se estrategicamente. A comunicação jurídica deve ser consistente e estratégica para gerar o engajamento desejado e os resultados almejados.
A complexidade do sistema jurídico muitas vezes afasta possíveis clientes, e é aí que o Visual Law, uma subárea do Legal Design, entra em cena. Ele se concentra em comunicar visualmente a informação jurídica, permitindo criar conteúdo jurídico de alta qualidade, cativante e eficaz em diversas plataformas.
Além disso, o Legal Design inclui o mapeamento da jornada do cliente desde o primeiro contato, passando pela contratação e resolução, permitindo estabelecer estratégias para construir lealdade e recorrência, essenciais para o sucesso no marketing jurídico da era da Indústria 5.0.
O segredo para uma estratégia eficaz que promova o engajamento com sua marca jurídica está na criação de relacionamentos interpessoais positivos com seus clientes. É aqui que entra o conceito de rapport, baseado na construção de vínculos autênticos, confiáveis e mutuamente compreensíveis por meio de técnicas de comportamento, incluindo linguagem corporal e verbal. Priorizar a criação desse relacionamento desde o primeiro contato, especialmente através de canais de marketing, é fundamental.
O Legal Design se revela uma ferramenta capaz de estabelecer conexões genuínas entre o cliente e o escritório de advocacia, tornando as informações jurídicas mais acessíveis e compreensíveis. Essa abordagem cria uma experiência envolvente e centrada no cliente, promovendo relacionamentos duradouros, construindo a confiança do cliente e fomentando a fidelização, aspectos essenciais no marketing jurídico na era da Indústria 5.0.
Posicionamento e engajamento da marca jurídica
Ainda a esse respeito, a chave para o sucesso de qualquer marca reside na consistência e continuidade. O McDonald’s é um exemplo marcante isso, pois a mera menção da marca evoca sua imagem, cores e até mesmo jingles de anúncio.
Nesse sentido, o Legal Design oferece uma valiosa metodologia para fortalecer e consolidar a marca jurídica, permitindo que os escritórios de advocacia desenvolvam um branding jurídico, tornando-se uma referência em seu nicho de atuação.
O branding é o conjunto de estratégias que moldam a personalidade da marca, abrangendo identidade visual, voz, público-alvo, missão e valores. É através do branding que definimos como a marca será reconhecida no mercado, atendendo à busca do cliente por conexões autênticas.
O Service Design (uma subcamada do Legal Design), por sua vez, foca no redesenho dos serviços jurídicos, reunindo dados valiosos e percepções sobre como os serviços são percebidos e usados pelos clientes.
A criação da identidade da marca é uma parte essencial desse processo. O uso de um Design Sprint permite a rápida prototipagem de elementos de design, como logotipos e materiais de marketing, alinhando a identidade da marca com as expectativas e feedback dos clientes, em conformidade com os princípios do Legal Design.
Enquanto utilizamos o Service Design (design de serviço) para alinhar e desenvolver o branding jurídico de forma estratégica, é possível gerar engajamento por meio da produção de conteúdos jurídicos eficientes. Isso gera resultados mediante a aplicação de técnicas de Visual Law nestes conteúdos, garantido consistência e continuidade na identidade da marca.
Conclusão
Com a transformação da Indústria 5.0, o marketing jurídico se depara com desafios e oportunidades inéditos. O Legal Design surge como uma ferramenta poderosa para tornar os serviços jurídicos mais acessíveis, compreensíveis e atraentes, além de fortalecer marcas jurídicas, posicionando escritórios como líderes na era da Indústria 5.0.
Para escritórios de advocacia e advogados em busca de destaque e atração de novos leads, o Legal Design não é uma escolha, é uma necessidade. Investir na transformação da experiência do cliente e em uma comunicação eficaz por meio do Legal Design é a chave para o sucesso em um mundo cada vez mais conectado e automatizado. Chegou a hora de abraçar o Legal Design e posicionar sua marca jurídica para o futuro.