Não espere acontecer: o papel dos casos práticos no estudo do Direito Administrativo

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Quando se pensa em Direito Administrativo, muitas vezes a imagem que surge é a de um campo árido e teórico, mais parecido com um antigo manual empoeirado do que com o dinamismo do mundo real. Capítulos e mais capítulos que se reportam à construção dogmática francesa de mais de 100 anos atrás. 

Nada de mais quanto ao estudo histórico. No entanto, imagine transformar essa imagem em algo tão vibrante quanto um concerto ao vivo, onde cada caso prático é uma nota que ressoa e faz sentido no grande esquema das coisas. Essa onda de mudança tem se espalhado por algumas das mais prestigiadas universidades do mundo, e agora está ganhando terreno também no Brasil.

A chave? Um aprendizado que pula direto para a ação, usando o rico método de estudo de casos práticos, uma inspiração que vem direto dos corredores acadêmicos americanos, onde o case law domina. Essa é a lógica estrutural do curso de Direito Administrativo em Ação.

Como na emblemática música de Geraldo Vandré, “pra não dizer que não falei das flores”, com seu refrão impulsionador, “vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, o ensino do Direito Administrativo está se transformando. Não se trata mais de só ficar sentado, passivamente absorvendo informações. Os autores nos convidam a nos levantarmos e entrarmos em ação, aplicando diretamente o conhecimento em situações reais que moldam nossa sociedade.

Imagine aprender Direito Administrativo não apenas lendo sobre as normas e doutrina, mas debatendo em sala de aula como resolver uma disputa de terra com base em uma decisão judicial recente, ou como políticas públicas afetam a vida das pessoas no dia a dia.

Pense em assumir o papel de uma das partes no debate do caso e desenvolver os argumentos que lhe parecem viáveis. Conversar, pensar e realizar a solução. Essa abordagem prática torna o aprendizado mais envolvente e significativo. As aulas se transformam em um palco dinâmico, onde cada aluno é um participante ativo, não apenas um espectador. Cria-se o Direito.

Essa mudança para a ação não é só uma atualização pedagógica, é uma necessidade para preparar juristas capazes de navegar e moldar o futuro da lei e da administração. Preparar uma aula com essa dinâmica é sem dúvida um desafio maior – é preciso criar o script, organizar o cenário e dirigir os atores. Mas o esforço vale a pena, porque transforma a experiência educativa em algo palpável e excitante. O resultado passa a ser uma vivência de aprendizado dinâmica e memorável.

Embora existam desafios, como a necessidade de atualizar constantemente os materiais didáticos para refletir os casos mais recentes, os benefícios dessa abordagem ativa são incontestáveis. Ela prepara os estudantes para serem não apenas conhecedores da lei, mas praticantes habilidosos e pensadores críticos, prontos para atuar.

Portanto, como a canção nos inspira a agir e não apenas esperar, o ensino do Direito Administrativo em Ação pelo método de casos práticos nos impulsiona a “fazer a hora” e não esperar que ela simplesmente aconteça. Quem disse que aprender Direito precisa ser uma jornada estática e monótona? Com cada aula baseada em ação, estamos não apenas estudando para passar, mas aprendendo a transformar o mundo.