Moraes determina que PF ouça Mourão sobre ligação de Bolsonaro antes de depor no STF

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (3/6) que o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) preste esclarecimentos à Polícia Federal em 15 dias sobre ligação que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria feito a ele antes do depoimento no STF no âmbito da ação que investiga um golpe de estado no Brasil em 2022. Bolsonaro é réu nesta ação penal.

O ministro atendeu a uma solicitação feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo. De acordo com a PGR, no dia 28 de maio de 2025, foi veiculada notícia na imprensa sobre uma ligação telefônica ocorrida entre o réu Bolsonaro e a testemunha Hamilton Mourão.

Segundo a matéria veiculada no Metrópoles, no diálogo, ambos teriam conversado sobre respostas que Mourão apresentaria em seu depoimento judicial, ocorrido no dia 23 de maio de 2025. Entre os temas da conversa estaria um pedido de Bolsonaro para que o senador falasse que nunca ouviu qualquer menção do ex-presidente sobre algum tipo de ruptura institucional.

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Na avaliação do PGR, “a notícia traz à tona a possibilidade de que a testemunha tenha sido submetida a constrangimento, intimidação ou qualquer forma de coação em relação ao teor de seu depoimento, sugerindo que o testemunho foi influenciado indevidamente por pressão exercida por um dos réus da ação penal”.

Em depoimento para o Supremo no dia 23 de maio, na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022, o senador Hamilton Mourão disse que não tinha informações e não participou de reuniões golpistas enquanto era vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL). O senador disse ainda que o ex-presidente nunca conversou com ele sobre minuta golpista.

Sobre o 8 de janeiro, Mourão informou que estava em casa, no Altiplano Leste, no Distrito Federal, quando soube por um telefonema do filho “da baderna”. O general disse que estava na piscina enquanto ocorria a depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele informou que “não teve notícias” de militares do governo de Bolsonaro que tivessem algum envolvimento com “a baderna que ocorreu” – referindo-se novamente ao 8 de janeiro.