O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou à empresa Meta que, em 24 horas, envie todas as mensagens recebidas entre 1º de maio de 2023 e 13 de junho de 2025 pelos supostos perfis em redes sociais da esposa do ex-ajudante de Mauro Cid, ex ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. O ministro também requereu informações sobre os dados cadastrais das contas e a preservação do conteúdo. O despacho foi dado na noite desta sexta-feira (13/6).
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A citação aos supostos perfis da esposa de Cid foi feita pelo advogado de Jair Bolsonaro, Celso Vilardi, durante o interrogatório do colaborador no Supremo na segunda-feira (9/6). O militar respondeu que poderia ser um perfil da sua esposa que se chama Gabriela, mas que não conhecia.
Na quinta-feira (12/6), a Revista Veja publicou prints da conversa desses perfis, alegando que as páginas estariam sendo usadas por Cid para contar a pessoas próximas o teor de seus depoimentos à Polícia Federal e bastidores do que se passava durante as audiências. Desrespeitando, assim, regras da colaboração premiada.
Após a publicação da reportagem, a defesa de Cid requereu no STF a abertura de investigação para apurar a titularidade e o uso dos perfis “Gabriela R” ou “@gabrielar702”, em virtude de matéria jornalística.
Na manifestação, a defesa de Cid nega a autoria das mensagens e indica a “total falsidade da matéria e de seu conteúdo”, apontando ser “mais uma miserável fake news que é tão combatidas por esse Supremo Tribunal” e afirmando tratar-se “de uma falsidade grotesca”.
Nesta sexta-feira (13/6), Cid foi chamado a depor novamente na sede da Polícia Federal, em Brasília. De acordo com a advogada de Mauro Cid, Vânia Bitencourt, no depoimento prestado à Polícia Federal, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi questionado sobre a emissão dos passaportes, a viagem da família aos Estados Unidos e as mensagens publicadas na Revista Veja. Segundo ela, não há risco da delação ser anulada.