Michelle Bolsonaro, esposa de Jair Bolsonaro, se pronunciou publicamente pela primeira vez após a condenação do ex-presidente. Em entrevista ao The Telegraph, a ex-primeira-dama falou sobre a possibilidade de se candidatar nas eleições de 2026, mas não especificou para qual cargo. Michelle também falou sobre a condenação do marido a 27 anos de prisão por participação na trama golpista.
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A ex-primeira-dama declarou que as acusações enfrentadas por Bolsonaro foram “forjadas”. “O julgamento de Jair e de outras pessoas inocentes foi uma farsa judicial”, disse ela. “As acusações forjadas contra meu marido foram uma tentativa de ocultar violações graves que ocorriam no Brasil, embora tenham acabado por expô-las”, completou.
Para ela, a atuação de Alexandre de Moraes no processo violou “os princípios básicos do devido processo legal”. “Em um país verdadeiramente democrático, este caso seria nulo desde o início”, disse. “A persistência do Supremo Tribunal Federal em manter essas irregularidades demonstra um sistema judicial que restringe indevidamente direitos e ameaça liberdades”, declarou.
Michelle afirma que no momento tem se dedicado a cuidar da família e do ex-presidente, que recentemente passou por um procedimento médico para remover oito lesões de pele, em que foram constatadas câncer de pele. “Minha total atenção está voltada para cuidar das minhas filhas e do meu marido neste momento delicado, para que esta perseguição e humilhação que nos são impostas como brasileiros conservadores não destrua a minha família nem as famílias de tantos outros injustamente alvos desta perseguição covarde”, afirmou.
A esposa do ex-presidente, portanto, não descarta a possibilidade de concorrer às eleições de 2026. “Eu me levantarei como uma leoa para defender nossos valores conservadores, a verdade e a justiça. Se para cumprir a vontade de Deus for necessário assumir uma candidatura política, estarei pronta para fazer o que Ele me pedir”, disse, sem especificar para qual cargo se candidataria.
Michelle tem sido considerada uma das opções da extrema direita para concorrer aos cargos de presidente da república ou de senadora nas próximas eleições. A ex-primeira-dama é uma figura influente na ala feminina do Partido Liberal, chamada PL Mulher, e tem forte apoio do eleitorado evangélico. Na última pesquisa realizada pela Genial/Quaest, a esposa de Bolsonaro somaria 32% dos votos em um possível embate, enquanto o atual presidente da República, Lula, teria 47%.