A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (6), mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já não vence com folga seus principais adversários em um eventual segundo turno. A disputa está tecnicamente empatada com Tarcísio de Freitas (Republicanos), Michelle Bolsonaro (PL) e Ratinho Júnior (PSD). O levantamento ainda aponta rejeição crescente à reeleição do petista e preferência por uma nova liderança à direita, com Jair Bolsonaro (PL) inelegível até 2030. Veja a íntegra da nova pesquisa.
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O avanço dos desafiantes ligados ao bolsonarismo nas intenções de voto reflete não apenas o crescimento de seus nomes, mas também o aumento da rejeição ao governo Lula — que, pela primeira vez na série da Quaest, começa a se converter de forma mais clara em perda de votos para o presidente. Esse movimento pode acabar fraturando a aliança que levou o petista de volta ao Planalto em 2022.
A pesquisa foi feita presencialmente com 2.004 eleitores entre 29 de maio e 1º de junho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
A pesquisa sinaliza que, a pouco mais de 500 dias do segundo turno da eleição, Lula já não é favorito incontestável. A erosão de sua vantagem nos cenários de confrontos diretos acende um novo sinal de alerta no Planalto, ao revelar que a disputa está mais aberta e que caciques do centro e da direita começam a se reorganizar em torno de alternativas ao bolsonarismo. Mesmo incerta, a possibilidade de derrota em 2026 já é levada em conta pelo mercado, que reage à queda de aprovação de Lula com alívio no câmbio e contenção de perdas.
Confira os principais pontos da pesquisa
1. Empate técnico: Lula tem 41% das intenções de voto contra 40% de Tarcísio; Michelle aparece com 39% e Ratinho Júnior com 38%.
2. Cenário embolado: Lula também venceria, mas com margem mais favorável, Eduardo Leite (40% x 36%), Romeu Zema (43% x 34%), Eduardo Bolsonaro (45% x 35%) e Ronaldo Caiado (44% x 34%).
3. Rejeição à reeleição: 66% dos eleitores acham que Lula não deveria tentar um novo mandato — alta de 14 pontos desde janeiro, quando o índice era de 52%. O avanço da rejeição veio, principalmente, de eleitores bolsonaristas, de direita e sem identificação política definida.
4. Desistência de Bolsonaro: 65% avaliam que o ex-presidente deveria abrir mão da candidatura e apoiar outro nome da direita.
5. Sucessão bolsonarista: Com Bolsonaro fora da disputa, a pesquisa mostra que Tarcísio lidera como herdeiro da direita (17%), seguido por Michelle (16%) e Ratinho (11%).
6. Índice do medo: 45% dos eleitores temem mais a volta de Bolsonaro, enquanto 40% dizem ter mais medo da reeleição de Lula. Para 7%, ambos representam um risco.
7. Espontânea ainda indefinida: Lula lidera menções espontâneas com 11%, seguido por Bolsonaro (9%), mas 75% – 3 em cada 4 eleitores – seguem sem nome de candidato definido na cabeça.