Pesquisa do Instituto França realizada em Sergipe, com 2.738 eleitores entre 16 a 19 de dezembro, indica um cenário amplamente favorável ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no estado. Segundo o levantamento, 63,1% dos sergipanos aprovam a gestão de Lula, enquanto 31,9% desaprovam.
A baixa proporção de indecisos indica que a avaliação sobre o desempenho do presidente já está relativamente consolidada no eleitorado local. Sergipe é o estado menos populoso do Nordeste, com cerca de 1,7 milhão de eleitores, o que corresponde a aproximadamente 1,1% do eleitorado nacional.
Na avaliação qualitativa do governo federal, o quadro também é positivo. 46,7% classificam a gestão como ótima ou boa, contra 24,9% que a consideram ruim ou péssima; outros 26% avaliam como regular. O resultado aponta que o governo opera em Sergipe acima da média observada em outras regiões do país.
Governo de Sergipe
No plano estadual, o governador Fábio Mitidieri (PSD) também aparece bem posicionado. Sua administração é aprovada por 60,2% dos entrevistados, enquanto 28,3% desaprovam. Na avaliação de desempenho, 41,6% classificam o governo como ótimo ou bom, 32,6% como regular e apenas 17,3% como ruim ou péssimo, configurando um saldo confortável, sem sinais de desgaste agudo do Executivo estadual.
Cenários eleitorais
O Instituto França testou sete cenários de segundo turno, e os resultados confirmam o favoritismo do governador. Mitidieri lidera todos os cenários estimulados, com intenções de voto entre 45% e 57% dos votos totais, conta que inclui brancos, nulos e indecisos.
Os indecisos e votos brancos seguem relevantes, variando entre 15% e 18%, o que preserva algum espaço para rearranjos ao longo da campanha, mas não é suficiente, no momento, para alterar o quadro de favoritismo. Os adversários não superam a marca dos 30%.
Os cruzamentos de intenção de voto por aprovação do presidente mostram um resultado claro: a base eleitoral do governador coincide majoritariamente com o eleitorado que aprova Lula. Entre eleitores satisfeitos com o governo Lula, o apoio a Mitidieri é significativamente mais alto, variando de 52% a 65%, a depender do cenário testado.
O dado embute um risco potencial de desalinhamento: para crescer além da base lulista, Mitidieri precisará ampliar pontes com eleitores críticos ao governo federal sem romper com seu apoio, já que um distanciamento explícito do Planalto tende a impor custo eleitoral direto ao governador.
Presença de Lula no palanque
No curto prazo, Mitidieri sinaliza interesse em ter Lula no palanque, mas sem a presença formal do PT na chapa, resta saber se essa equação será politicamente viável a partir do próximo ano, quando as decisões começam a ter efeito político prático.
Em conjunto, os números indicam que, em Sergipe, tanto Lula quanto Mitidieri entram no próximo ciclo político a partir de uma posição de força, com o principal desafio não sendo a rejeição, mas a manutenção da mobilização e da base de apoio, avalia o diretor da consultoria, Willan França. Ao mesmo tempo, a pesquisa aponta para um ambiente favorável ao alinhamento político entre os governos federal e estadual, marcado por altos índices de aprovação e ausência de tensão eleitoral imediata.