O juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, determinou na manhã deste sábado (5/10) a exclusão de vídeos publicados nas redes sociais de Pablo Marçal (PRTB) contra Guilherme Boulos (PSol). Nos vídeos, o candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB apresenta um laudo falso no qual relata um atendimento médico ao adversário do PSol por uso de cocaína.
Na decisão, o juiz afirma que há “plausibilidade nas alegações [dos autores da representação], envolvendo não apenas a falsidade do documento, a proximidade do dono da clínica em que gerado o documento com o requerido Pablo Marçal, documento médico assinado por profissional já falecido e a data em que divulgados tais fatos, justamente na antevéspera do feito”.
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Na representação, a campanha de Boulos também pediu a suspensão das redes sociais de Marçal e a proibição de criação de novos perfis até o fim das eleições, que não foram deferidos. O juiz concedeu o prazo de dois dias para Marçal apresentar sua defesa.
Tramita ainda uma notícia-crime, em segredo de justiça, na qual a campanha de Boulos pede a prisão e medidas cautelares contra Marçal, como quebra de sigilo telefônico e telemático. A representação foi encaminhada a um dos juízes de garantia do município.
Acusação sem provas
Desde o início da campanha, Marçal tenta ligar o adversário ao uso de cocaína. Na convenção que definiu sua candidatura, ele disse que um de seus adversários era usuário de drogas e ele iria provar. Mas não apresentou provas e insistiu no assunto durante os dois meses seguintes. Já na reta final da campanha, Marçal usou uma internação de Boulos na adolescência por depressão como se fosse por uso de drogas.
Na última quinta-feira (3/10), Boulos apresentou um exame toxicológico negativo na intenção de encerrar o assunto. Mas logo em seguida, Marçal colocou o documento em xeque, dizendo que queria que ele fizesse de três laboratórios aleatórios. Na última sexta-feira (4/10) publicou em suas redes sociais o laudo médico, que tem indícios de falsidade, em que Boulos teria sido encaminhado a uma emergência psiquiátrica, em 2021.
O receituário falso indica quadro de “surto psicótico grave, delírio persecutório e ideias homicidas” e resultado positivo para uso de cocaína.
De acordo com as pesquisas de intenção de votos, ambos os candidatos disputam uma vaga para um possível segundo turno nas eleições da capital paulista. Eles estão, junto com o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), tecnicamente empatados em primeiro lugar na preferência do eleitor para comandar a capital paulista.
A representação por propaganda irregular tramita com o número 0600553-23.2024.6.26.002 e a notícia-crime é a 0600552-38.2024.6.26.0002 (sigiloso)