A indicação de Gabriel Galípolo ao comando do Banco Central foi aprovada por unanimidade na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O placar foi 26 a 0. A indicação para suceder Roberto Campos Neto na presidência da autoridade monetária ainda precisa ser votada pelo plenário da Casa.
Em quatro horas de sabatina, Galípolo se ateve a um discurso político. Questionado, respondeu que “jamais sofreu pressão sobre decisão do Copom do presidente do Lula“. Após falar que pretende continuar seguindo sua consciência nas decisões, seja de subir, cortar ou manter juros, reforçou que todas as vezes em que esteve com Lula, o presidente disse a ele que teria toda tranquilidade e liberdade para tomar decisões.
Conheça o JOTA PRO Poder, plataforma de monitoramento político que oferece mais transparência e previsibilidade para empresas
Na sabatina, o indicado para comandar a autoridade monetária fez uma fala mais genérica, com ênfase na responsabilidade de “guardião da moeda”. Apontou que, ao ser escolhido por Lula, recebeu garantia de liberdade de tomada de decisão e que as ações precisam mirar o “bem-estar do povo brasileiro”. E salientou que os senadores com quem conversou reforçaram a mensagem de liberdade.
O indicado para a presidência deu uma mensagem de otimismo sobre a evolução da economia brasileira nas últimas décadas e anos e colocou o país como um local de oportunidades para investimentos, especialmente na transição energética e redução de emissões.
Ele também reforçou que a autonomia do BC é para perseguir a meta que é definida pelo Executivo e que, na visão dele, o BC nem deveria participar da votação desse objetivo.
Hoje, Galípolio é diretor de política monetária do BC desde julho de 2023, quando foi indicado por Lula para o cargo. Antes, ele era o número 2 de Fernando Haddad, atuando como secretário executivo do Ministério da Fazenda.