IA na Saúde: CEO de Agência Global destaca importância de se ampliar a segurança de dados

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A expansão do uso de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) no Sistema Único de Saúde (SUS) e na saúde privada precisa ser acompanhada por avanços na segurança dos dados. Essa é a defesa do médico Ricardo Baptista Leite, CEO da Agência Global para a Inteligência Artificial Responsável na Saúde (HealthAI) e referência global em relação à aplicação da IA no setor de saúde.

O especialista, que irá participar do 29º Congresso da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) no dia 30/10, em São Paulo, aponta que as informações relacionadas à saúde possuem alto valor, exigindo o aprimoramento dos instrumentos de proteção. “No setor financeiro, por exemplo, o investimento financeiro nessa área é bem maior”, ressaltou. A segurança, segundo ele, é o requisito para o aprimoramento do setor. “Com a integração dos dados e essas tecnologias, poderemos ter uma base de dados muito mais ampla, e com isso fazer com que os recursos sejam usados de forma mais inteligente, atingindo principalmente as populações mais vulneráveis”, disse.

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O avanço no uso da IA em saúde no Brasil, assim, passa necessariamente por um trabalho de fortalecimento dos agentes reguladores. “É essencial que órgãos como a Anvisa consigam trabalhar com esse tema, usando também a experiência com o que já vivemos no passado, aproveitando o que construímos com o tempo”, afirmou.

Leite também ressalta que a Inteligência Artificial pode contribuir para um trabalho conjunto mais eficaz entre o SUS e a saúde suplementar, que otimize ainda mais os ganhos para a saúde dos brasileiros. “Venho de Portugal, onde temos modelos parecidos. E já vemos que a cooperação faz a diferença. A junção dos dados de pacientes principalmente, abre as portas para um universo de novas intervenções positivas”, detalhou.

Para o especialista, é essencial fazer com que a sociedade tenha uma maior confiança no uso das novas tecnologias. Ele acredita que o uso atual de IA ainda é tímido, apesar de já estar rendendo frutos dentro do universo da saúde. “Hoje ela já é usada para tarefas burocráticas e também para evitar problemas recorrentes nesse setor, como as fraudes, porém temos um mundo muito mais amplo, oportunidades diversas que podem ser explorada caso as pessoas consigam superar a desconfiança”, frisou.