Flávio Dino foi sabatinado como político; Paulo Gonet foi só um coadjuvante

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Flávio Dino correu os riscos que um político corre ao ser indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF). Na política, o ministro da Justiça e senador Dino travou embates aguerridos com a oposição em momento de divisão da sociedade. Sua sabatina e os votos “não” ao seu nome foram resultado essencialmente da sua atuação política, pouco ou nada relacionado com seu notório saber jurídico ou sua reputação ilibada. 

Aliomar Baleeiro, integrante da banda de música da UDN, que fazia oposição barulhenta a João Goulart, sofreu as consequências da luta política: por pouco não foi rejeitado. Não porque não tinha saber jurídico. Disso ninguém duvidava. Sua quase rejeição era fruto da sua verve e das ironias com que tratava a oposição. Hermes Lima, que foi primeiro-ministro na experiência parlamentarista do Brasil em 1962 e depois foi ministro do governo Goulart, também teve votos “não” em razão da sua vida política (acabou sendo aprovado por 29 votos a 23 negativos).

O mesmo aconteceu com Dino, aprovado com 47 votos favoráveis ante 31 contrários e 2 abstenções. Na CCJ, foram 17 votos pró-Dino e 10 votos contrários. Foi o senador Flávio Bolsonaro quem sintetizou bem isso durante a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Dino estava sendo julgado pela sua atuação política. E, sabendo que assim seria, ele não se furtou a também rebater politicamente as críticas da oposição ao governo Lula e à sua atuação. Não baixou a guarda. Não se despiu totalmente da persona política. Afinal, Dino é uma pessoa só – jurista e político. Clique aqui e leia a íntegra da análise de Felipe Recondo, diretor de conteúdo do JOTA, gratuitamente.

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