Já na primeira pergunta do ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente Jair Bolsonaro aproveitou para fazer propaganda eleitoral. Em interrogatório na 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), questionado sobre o discurso de fraudes nas eleições, Bolsonaro disse que colecionou inimigos porque combateu a corrupção. A sessão de interrogatórios foi retomada na tarde desta terça-feira (10/6).
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O ex-presidente aproveitou a transmissão ao vivo para enaltecer o seu governo. Disse que montou um ministério “excepcional” e que levou água para o Nordeste, dobrou o Bolsa Família, criou o Pix e defendeu a pauta armamentista. Citou que entregou o Porto de Santos com R$ 500 milhões de superávit e fez o mesmo com Itaipu Binacional. “Quando a gente começa a tapar os ralos da corrupção aparecem as inimizades.”
Disse também que sofreu perseguição do STF: “Uma ação por semana no STF” e “não me viram desrespeitar ações judiciais”. Em seguida, complementou com o seu mantra “sempre joguei nas 4 linhas da Constituição”. Segundo ele, o STF o impediu de governar, de baixar combustíveis e eram constantes as derrubadas de conteúdos.
Bolsonaro afirmou que “a suspeição das urnas não é algo privativo meu” e citou que o ministro Flávio Dino e Carlos Lupi também questionam as urnas eletrônicas brasileiras. Ele citou que gostaria de passar o vídeo de Dino, mas foi indeferido pelo ministro Alexandre de Moraes.
Bolsonaro disse ainda que o ex-secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Giuseppe Janino afirmou que entrou no sistema pela senha do ministro do TSE, Sérgio Banhos, o que o fez se preocupar com a segurança dos sistemas da Justiça eleitoral.
Questionado sobre a fala na reunião ministerial em que disse que os ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin teriam recebido R$ 30 milhões e Moraes, R$ 50 milhões, Bolsonaro disse que falou de forma retórica e pediu desculpas porque ele não tinha indícios que os ministros receberam esses valores.