Ebserh prioriza garantir alimentos e medicamentos para hospitais do RS

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A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) colocou em prática na semana passada um plano de emergência para reduzir o impacto das inundações sem precedentes que atingem o estado do Rio Grande do Sul. Desde que o Hospital da Universidade de Santa Maria foi atingido, na semana passada, uma análise emergencial foi desencadeada nas duas instituições também geridas pela Ebserh, a do Hospital da Universidade Federal de Pelotas e do Hospital Federal da Universidade de Rio Grande.

“A situação está sendo acompanhada nas duas cidades. Em Pelotas, há ainda dúvidas sobre desdobramentos. Em Rio Grande, no entanto, o risco é maior, por causa da localização do hospital”, disse ao JOTA o presidente da Ebserh, Arthur Chioro.

Na última sexta-feira (3/5), um dia antes do alerta de grave inundação nas cidades próximas de Lagoa dos Patos feito pela Defesa Civil, um relatório do Comitê de Avaliação e Prognóstico de Eventos Extremos da FURG foi divulgado. Embora destaque não haver como fazer previsões precisas, em razão do ineditismo do fenômeno e também pela inexistência de sistemas observacionais, o documento deixa claro o risco na região.

Neste cenário, providências começaram a ser adotadas já na semana passada. No hospital da FURG, um gerador foi instalado no andar superior. Além disso, alas de atendimento que ficavam no térreo foram levadas para outros pisos.

Equipamentos de grande porte, que não podiam ser transferidos, foram protegidos em salas que tiveram portas substituídas por paredes.

Chioro destacou ainda o esforço para garantir a oferta de medicamentos e insumos nas unidades. Diante do fechamento do Aeroporto de Porto Alegre por um longo período e com estradas destruídas, estratégias estão em curso para manter o abastecimento.

“A entrega de medicamentos está sendo feita por aeronaves da FAB”, disse o presidente da EBSERH. Nesta terça-feira (7/5), partiu de Santa Maria o envio de dieta parenteral para dois bebês internados na UTI de Rio Grande.

“Precisamos pensar em garantir sangue e hemoderivados, alimentação parenteral e mesmo alimentação para pacientes internados”, contou Chioro. Nesses hospitais, estoques de ovos estão sendo providenciados, para garantir fontes de proteínas para pacientes.

Há, ainda, mobilização para envio de equipamentos, como respiradores e monitores, de outras unidades de atendimento para região. A medida é necessária para eventual necessidade de deslocamento de pacientes nas unidades. “Dependendo da situação do paciente, ele precisa já encontrar, na nova sala, o leito pronto, com todos equipamentos operando.”

Atingido semana passada, o hospital da Universidade Federal de Santa Maria teve o térreo e o último andar fechados, em razão das águas. “A força da chuva foi tamanha que destruiu o teto do hospital”, relatou Chioro.

Passados os primeiros dias, a situação começa a se normalizar em Santa Maria. Ao longo da semana, disse Chioro, médicos e enfermeiros se uniram e montaram alojamento seguro para pacientes com alta hospitalar que não conseguiram voltar para suas casas. Além disso, foi feita uma mobilização para abertura de dez novos leitos de UTI na unidade. “Um sinal importante foi a retomada do trabalho de médicos residentes, que estavam em greve”, disse.

Chioro afirmou que em Rio Grande, o comitê de eventos extremos, criado no ano passado pela universidade, deverá emitir boletins de forma rotineira. “Estamos acompanhando de forma próxima para garantir que pacientes sejam minimamente afetados e que o atendimento seja garantido.” As cirurgias eletivas foram desmarcadas e serão retomadas apenas quando houver melhora do cenário, disse.