Cuidados com pets entram de vez nos planos das famílias com novas prioridades

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A domesticação de animais começou há pelo menos 12 mil anos, quando os humanos passaram a conviver com lobos selvagens – antepassados dos cães de hoje. No início, os animais domésticos tinham como funções proteger propriedades e pessoas ou ajudar no manejo de rebanhos. Hoje, os animais de estimação são outros, e a relação deles com seres humanos também mudou – o que agrega novas necessidades e cuidados na vida das pessoas.

Pets são membros da família. É isso o que pensam 6 em cada 10 pessoas que
responderam à pesquisa “O mercado pet no Brasil: afetos, cuidados e desafio”, realizada pela Quaest em parceria com a Petlove. Além disso, 94% dos brasileiros já tiveram algum pet em algum momento da vida e, hoje, 72% possuem animais em suas casas.

Os números dão ideia sobre a posição ocupada por esses animais no terceiro país do mundo com a maior população de pets: aproximadamente 140 milhões de bichinhos têm a nacionalidade brasileira. O país fica atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

Isso significa que há mais cães e gatos no Brasil do que crianças de até 14 anos (40,1 milhões). Mas os bichos de estimação são diversos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto Pet Brasil (IPB), a composição é a seguinte: 54,2 milhões de cães, 39,8 milhões de aves, 23,9 milhões de gatos, 19,1 milhões de peixes e 2,3 milhões de répteis e pequenos mamíferos.

E a tendência, nos últimos anos, foi de crescimento nessas famílias. Durante o período de isolamento imposto pela pandemia da Covid-19, 54% dos brasileiros adotaram um bichinho. A situação também trouxe mais proximidade entre animais e tutores, mostrou uma pesquisa realizada pela Petlove e DogHero.

Os pets no mundo familiar

Diante desse cenário, o cuidado com os pets se tornou prioridade na dinâmica e no planejamento das famílias. A pesquisa da Quaest aponta que 73% dos tutores gostariam de poder investir ainda mais na atenção aos seus animais.

Por isso, os pets se tornam membros da família de seus tutores, impulsionando um mercado para atender as necessidades de ambos. “Colocar os pets no centro significa entender suas necessidades em profundidade e, consequentemente, atender também às expectativas dos tutores, que veem seus animais como membros da família”, diz Talita Lacerda, CEO da PetLove.

Na visão dela, priorizar o bem-estar e a saúde dos pets em cada produto ou serviço se reflete em estabelecer uma conexão emocional forte e duradoura com os tutores. “Eles sabem que podem confiar na nossa marca porque compartilham dos mesmos valores e princípios: a busca pelo melhor para seus pets ”, adiciona.
Ela relembra que a pesquisa mostrou que os maiores investimentos dos tutores são com itens como ração, idas ao veterinário, realização de exames e compra de remédios. “Isso se deve a uma mudança na cultura, os pets foram ganhando cada vez mais espaço, deixaram os quintais e foram para a cama do tutor”, avalia.

A inclusão desses gastos no orçamento reflete o cuidado que uma vida animal merece e a vontade de retribuir os benefícios de sua companhia. A pesquisa Quaest revelou que os animais de estimação são importantes pois trazem felicidade (98%), apoio emocional (96%) e segurança (95%) para os seus tutores. Em relação à saúde: 94% afirmam que a sua saúde mental melhorou por ter um animal de estimação, e 90% avaliam o mesmo em relação à sua saúde como um todo.

O bem-estar animal

Se os animais trazem tanta felicidade, bem-estar, companheirismo e segurança, nada mais justo que as atitudes humanas proporcionem o mesmo para eles. Ganham força críticas e proibições a uma série de práticas nocivas – que passam por testes capazes de causar sofrimento animal, a reprodução de animais de estimação em cativeiro para a comercialização e até objetos comuns que afetam o bem-estar dos pets.

Em 2023, uma resolução federal proibiu no Brasil o uso de animais vertebrados – exceto seres humanos, que têm como consentir na participação – em pesquisa científica e no desenvolvimento e controle da qualidade de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes que utilizem em suas formulações ingredientes ou compostos com segurança e eficácia já comprovadas cientificamente.
Atualmente, ativistas da causa animal pedem a proibição da venda de animais.

Alguns estados discutem projetos de lei nesse sentido, como é o caso do PL 523/2023, de São Paulo, que proíbe a criação e revenda de animais em pet shops e estabelecimentos comerciais não regularizados. Outro exemplo é o PL 466/2021, que está tramitando na Assembleia Legislativa do Paraná e que dispõe sobre a criação, manejo, conservação e comercialização de animais da fauna nativa, exótica e doméstica.

Além de não comercializar animais em vitrines, a Petlove criou, em parceria com a agência PROS e com a curadoria do Instituto Caramelo, uma das mais respeitadas organizações de bem-estar animal, a campanha “Petlove não vende” para acabar com todo tipo de comercialização prejudicial ao bem-estar dos pets.

“O movimento se desdobrou em diversas frentes e teve como objetivo orientar e fornecer informações essenciais para os tutores, além de cessar a circulação dos objetos que, de alguma forma, podem afetar o bem-estar dos pets”, conta a CEO Talita Lacerda.

Uma iniciativa da campanha foi o recolhimento desses produtos, como anticoncepcionais para fêmeas e coleiras anti-latidos. Para conscientizar sobre o tema, há uma página especial que destaca produtos que podem ser prejudiciais aos pets e quais as opções mais indicadas para sua substituição.

Saúde em primeiro lugar

Com os pets integrados às famílias, outra preocupação dos tutores é com o
desenvolvimento de doenças conforme o envelhecimento dos animais e o risco de
acidentes.

Além de cumprir o calendário vacinal, é preciso fazer consultas ao veterinário de forma regular. Porém, metade das pessoas que responderam à pesquisa “O mercado pet no Brasil: afetos, cuidados e desafio” já deixou de buscar atendimento veterinário por conta do valor inacessível.

Isso porque não há um atendimento organizado a nível nacional para promover o cuidado à saúde desses animais. A legislação federal determina que as escolas de medicina veterinária disponham de infraestrutura laboratorial e hospital ou clínica veterinária próprios, para atendimento de animais de produção e de companhia.

Segundo a nota técnica “Clínicas e Hospitais Veterinários Públicos”, publicada em 2021 pela Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados, existiam 82 cursos públicos de graduação em medicina veterinária no Brasil (59 federais, 17 estaduais e 6 municipais). Entretanto, não há dados disponíveis sobre a real estrutura física das instalações nas faculdades de veterinária.

Governos estaduais e municipais também podem manter atendimento veterinário público, mas não há um levantamento consolidado sobre onde eles existem. Quando disponíveis, geralmente são priorizados os beneficiários de programas sociais – é o caso de São Paulo, que tem quatro unidades de atendimento.

Desse modo, a alternativa encontrada pela maioria dos tutores é pagar um veterinário particular. Para facilitar o acesso ao atendimento e oferecer uma série de outros benefícios e comodidades, existem planos de saúde para pets. Dentre os 81% de tutores que já tiveram pets falecidos, 56% afirmam que um cuidado veterinário de melhor qualidade resultaria numa maior longevidade ao seu animal de estimação.

Segundo a CEO da Petlove, o perfil dos clientes do plano de saúde da companhia é o de tutores apaixonados por pets. “É nesse contexto de crescimento da família multiespécie, isto é, do pet cada vez mais visto e integrado como um familiar, que nascem os anseios dos tutores por mais cuidados na alimentação, higiene e também na saúde, com o amor que os animais merecem”, diz ela. “Os planos de saúde se apresentam como uma possibilidade de cuidado com a saúde e previsibilidade financeira, a partir de valores acessíveis, suprindo a
rede pública”.

De acordo com a opção contratada, o plano pode incluir consultas, principais vacinas, atendimento emergencial, exames laboratoriais simples, atendimento veterinário em domicílio, microchipagem, cirurgias, internações, endoscopia, exames de tomografia computadorizada, ressonância magnética, fisioterapia e acupuntura.

Com um mercado em constante crescimento, a Petlove conta atualmente com mais de 5 mil parceiros e com pelo menos um ponto de atendimento veterinário em 280 cidades no país, estando em 23 das 27 capitais. Veterinários e clínicas também podem solicitar o credenciamento junto ao plano para atender cachorros e gatos.

“Estamos comprometidos com a missão de democratizar e simplificar o cuidado com os pets. Para isso, queremos continuar, sempre, com preços acessíveis e com um leque de soluções, sendo um ecossistema capaz de atender a todas as necessidades dos tutores em um único lugar, o que torna nossas ações mais integradas e inclusivas para pets e tutores”, finaliza Talita.