A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), do Ministério da Saúde, deu aval inicial a medicamentos para tratamentos de câncer de próstata e de ovário, em reunião na última quinta-feira (11/4). O abiraterona e o olaparibe, respectivamente, seguem para consulta pública.
No caso do câncer de ovário, o olaparibe deverá ser prescrito quando a doença estiver em estágio avançado, recentemente diagnosticada, seroso ou endometrioide de alto grau, BRCA mutado, que responderam à quimioterapia em primeira linha, baseada em platina. A Conitec ainda voltará a deliberar sobre o tema.
Já a abiraterona recebeu duas indicações favoráveis: indivíduos com câncer de próstata sensível à castração e metastático (CPSCm); e doença resistente à castração, metástática e virgem de tratamento. No câncer de próstata, houve parecer desfavorável aos medicamentos abiraterona, apalutamida, daralutamida e enzalutamida para pessoas com CPRC não metastático e com CPRC metastático com uso prévio de quimioterapia.
O valganciclovir 450mg e o ganciclovir injetável para o tratamento de infecções pelo citomegalovírus (CMV) em pacientes imunossuprimidos por HIV também seguem para consulta pública com parecer favorável.
O inotersena, por sua vez, foi barrado contra polineuropatia amiloidótica familiar associado à transtirretina em adultos em estágio 2 da doença.
Já o ixequizumabe não recebeu aval para espondiloartrite axial radiográfica, não radiográfica e com resposta prévia inadequada ou intolerância aos inibidores do fator de necrose tumor.
Doença de Crohn e anemia por deficiência de ferro
Na quarta-feira passada (10/4), o Comitê de Medicamentos da Conitec também recomendou a incorporação do infliximabe via subcutânea para adultos com doença de Crohn (DC) moderada a grave e resposta inadequada às terapias convencionais.
Outro medicamento a ser recomendado foi a derisomaltose férrica para adultos com anemia por deficiência de ferro, independentemente da causa, após falha terapêutica, intolerância ou contraindicação aos sais de ferro oral. Agora, as decisões finais são da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics).
Dois medicamentos receberam parecer inicial desfavorável: inebilizumabe contra distúrbios do espectro da neuromielite óptica (DENMO) e riociguate contra hipertensão arterial pulmonar (HAP – Grupo I). A deliberação sobre o olaparibe contra carcinoma de ovário foi adiada, assim como o inotersena para tratar polineuropatia amiloidotica familiar associada a transtirretina.
PCDTs de câncer de mama e ANCA
A Conitec também recomendou a aprovação final de dois Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDTs) para o tratamento câncer de mama e Vasculite Associada aos Anticorpos Anticitoplasma de Neutrófilos (ANCA) em reunião na última sexta-feira (12/4).
Já os PCDTs da Doença de Fabry e do mieloma múltiplo vão à consulta pública com parecer favorável. Depois, retornam para deliberação do grupo.