Com anúncio da Noruega para TFFF, Alemanha recalibra sua contribuição

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Ao se encontrar com o presidente Lula em Belém, o chanceler alemão Friederich Merz afirmou que a contribuição da Alemanha para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, ou The Tropical Forests Forever Facility (TFFF) será ‘considerável’, pode ter prazo determinado, como foi a da Noruega e envolver o Banco de Desenvolvimento KfW. Havia expectativa de que fizessem o anúncio nesta sexta-feira (7/11). Mas o alemão afirmou que isso ficou para a próxima quarta-feira, após as discussões sobre o orçamento nacional. À imprensa, disse que o atraso não era uma evasiva.

“Eu fui quem recebeu muitos aplausos por prometer uma contribuição significativa para este projeto. Que eu saiba, nenhum outro país se comprometeu com uma quantia dessa magnitude”, contou.

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Havia entre os negociadores brasileiros a expectativa de que a contribuição alemã pudesse chegar a cerca de US$ 1 bilhão. No entanto, fontes ouvidas pelo JOTA entendem que a contribuição de US$ 3 bilhões da Noruega teria levado os alemães a recalibrar o montante que estariam dispostos a aplicar no fundo. A declaração de Merz à imprensa parece confirmar o raciocínio: “Precisamos refletir isso no orçamento, precisamos revisar a estrutura novamente e, possivelmente, apresentar novas propostas sobre como implementá-la”.

“Eu também poderia imaginar algo semelhante para um período específico, mas quero que façamos isso com cuidado, que discutamos adequadamente dentro da coalizão e, acima de tudo, que garantamos que isso se reflita no orçamento, possivelmente envolvendo o Banco de Desenvolvimento KfW. Esse é o plano, e Lars Klingbeil e eu concordamos plenamente com ele.

Na mesa-redonda sobre energia, Merz afirmou que a Alemanha fará uma análise prévia do fundo. “Naturalmente, precisamos examiná-lo. E participaremos desta iniciativa com uma quantia substancial. O fato de ainda não termos definido o valor não é uma evasiva. Dois ou três países mencionaram valores abstratos, outros não”, destacou.

Dentro do governo, acredita-se que a iniciativa norueguesa possa destravar outras contribuições. Há uma lista de potenciais investidores, revelada pelo governo brasileiro. São eles: Alemanha, Armênia, Áustria, Austrália, Bélgica, Canadá, China, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Finlândia, Japão, Irlanda, Holanda, Suécia, União Europeia (UE) e Reino Unido.

Merz afirmou que está em contato muito próximo com seu ministro das Finanças e que, na quarta-feira, concordou em apoiar a iniciativa.