Brasil Fala: projeto busca promover diálogo entre pessoas com opiniões divergentes

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Em um país cada vez mais polarizado, se tornou praxe falar sobre a necessidade de diálogo. E é em busca de promover o encontro entre ideias divergentes que o Instituto Sivis e uma equipe de pesquisadores da Universidade de Stanford te convidam para participar da experiência de ter uma conversa profunda com alguém que tem uma opinião completamente diferente da sua. 

O Brasil Fala é a versão brasileira do My Country Talks, uma iniciativa internacional que já envolveu mais 290 mil participantes e busca conectar mais de 10 mil brasileiros em ambiente online e por meio de uma plataforma segura para uma conversa com um estranho que discorda do que você pensa sobre temas sociais relevantes

O JOTA é um dos parceiros da iniciativa, ao lado de Carta Capital, O Estado de S. Paulo, Gazeta do Povo e do RenovaBR.

O diretor de Relações Institucionais do Instituto Sivis, Jamil Assis, afirma que a ideia é mostrar como as pessoas que participam desse tipo de conexão saem diferentes, diminuem seu preconceito com aqueles que pensam diferente e normalmente se dispõem a continuar a conversa com aquela pessoa desconhecida.

Dados do My Country Talks mostram que, entre os participantes, 90% responderam que participariam novamente em uma conversa, 80% disseram que se sentiram felizes, 60% que continuariam em contato com a pessoa que converam e houve regitro de até 50% de redução da discriminação entre pessoas com pensamento diferente. 

Como posso participar?

Para participar basta acessar o website da iniciativa ou responder o formulário abaixo:

‘Polarização afetiva’

“ A gente sentiu muito interesse em ver essa experiência acontecendo no Brasil, que está passando por um momento de muita polarização”, diz. Segundo ele, a proposta também é fazer uma distinção sobre o conceito de polarização. “Em uma democracia, se espera a discordância, só que hoje existe uma polarização que vai além, que é afetiva, caracterizada por um sentimento ruim em relação àquele que pensa diferente”, disse. 

“Essa dificuldade de engajar com quem pensa diferente e momentos de intolerância são comum durante a História, mas é claro que recentemente virou um fenômeno mais global, muito por causa das mídias sociais. A internet mudou o nosso modo de relacionamento com os outros, passamos a ter mais acesso à vida pessoal dos outros e a opiniões que muitas vezes ficavam para conversas individuais com aqueles que a gente confia”, pontua. 

O objetivo da iniciativa é menos convencer o outro de que você está certo e mais ouvir e buscar entender a pessoa com quem você estará conversando. Após a conversa, o participante será questionado sobre o que achou e o que aprendeu. Se for do interesse do participante, a resposta poderá ser publicada. 

A primeira edição do projeto ocorreu em 2016 na Alemanha. Na ocasião, foi coordenado pelo jornal Zeit Online, e reuniu mais de 1,2 mil pessoas ao redor do país para discutir questões políticas da nação alemã. A proposta já foi colocada em prática em diversos países, como Estados Unidos, França e Reino Unido.