Brasil cai 10 posições no índice que avalia a percepção mundial da corrupção

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O Brasil perdeu dez posições no ranking que avalia a percepção de corrupção no setor público. De 2022 para 2023, o país caiu da 94ª a 104ª posição entre os 180 países avaliados pelo Índice de Percepção da Corrupção (ICP), organizado pela Transparência Internacional. É a primeira vez que o país cai no ranking desde 2018. Em uma escala de 0 a 100, o Brasil registrou 36 pontos, abaixo da média global, de 43 pontos, e da média entre os países da OCDE, 66 pontos.

Para os organizadores, a edição de 2023, divulgada nesta terça-feira (30/1), destaca a relação critica entre corrupção e sistema de justiça. O ICP avalia como o mundo observa a corrupção no setor público dos países. Nas primeiras colocações aparecem a Dinamarca, com 90 pontos, a Finlândia, com 87 pontos, a Nova Zelândia, com 85 pontos, a Noruega, com 84 pontos, e Cingapura, com 83 pontos. Nas piores avaliações, estão: com 11 pontos, a Somália; com 13 pontos a Venezuela, Síria, Sudão do Sul e; com 16 pontos, o Iêmen.

Com a 36 pontos, o Brasil fica também com um resultado abaixo da média dos países classificados pela entidade como “democracias falhas”, 48 pontos. Entre os países da América do Norte, Central e do Sul, o Brasil está na 22ª posição, atrás da Argentina, com 37 pontos, da Guiana, do Suriname e da Colômbia, com 40 pontos.

Desde 2012, o país teve uma variação negativa de 7 pontos. Segundo a análise da Transparência Internacional Brasil, o resultado aponta retrocessos da “luta anticorrupção” nos últimos anos. “De modo geral, sob novo governo e Congresso eleitos, o país vem falhando na reconstrução dos mecanismos de controle jurídico e político, mas vem demonstrando avanços na recuperação do controle social da corrupção”, diz nota da TI.

Para a entidade, o Poder Judiciário está permeado por interesses políticos e econômicos. “Além da influência política do ‘Centrão’, relações impróprias entre juízes e empresários (inclusive corruptos confessos) em eventos no Brasil e no exterior marcaram o noticiário em 2023 e, apesar dos graves e evidentes conflitos de interesses, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) rechaçou proposta de resolução que estabeleceria regras moralizantes”, completa.