O ex-presidente Jair Bolsonaro fará dois procedimentos médicos na quinta-feira (25/12) no hospital DFStar, em Brasília. Passará por uma cirurgia para corrigir uma hérnia inguinal bilateral e também fará um bloqueio anestésico do nervo frênico, responsável pelo movimento do diafragma – a medida busca controlar soluços persistentes, que não responderam ao tratamento com remédios.
A data foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (23/12) após solicitação da defesa. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, deu parecer favorável ao deslocamento de Bolsonaro para os procedimentos médicos.
O ex-presidente deve deixar a Superintendência Regional da Polícia Federal na véspera dos procedimentos (24/12), a fim de que possa ser submetido aos exames preparatórios ao procedimento cirúrgico. Michelle Bolsonaro será a acompanhante principal, e seus filhos Carlos Bolsonaro e Flávio Bolsonaro, os acompanhantes secundários.
De acordo com a decisão de Moraes, o transporte e segurança de Bolsonaro serão realizados pela Polícia Federal de “maneira discreta” e o “desembarque deverá ser feito nas garagens do hospital”. Além disso, a Polícia Federal deverá fazer a segurança por 24 horas, mantendo, no mínimo, dois policiais federais na porta do quarto do hospital, bem como as equipes que entender necessárias dentro e fora do hospital.
Moraes proibiu o ingresso no quarto hospitalar de computadores, telefones celulares ou quaisquer dispositivos eletrônicos, salvo equipamentos médicos.
Bolsonaro está preso desde o dia 22 de novembro após tentar romper a tornozeleira eletrônica com uma solda. O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado para manter-se no poder.
A cirurgia já tinha sido autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes desde sexta-feira (19/12), após a perícia da Polícia Federal apontar a necessidade da intervenção médica. Contudo, ainda faltava a data. A solicitação da defesa nos autos do STF se deu logo após o ex-presidente cancelar a entrevista que daria ao Portal Metrópoles por motivos de saúde.
No documento enviado pela PF, a perícia concluiu que Bolsonaro precisa da cirurgia “o mais breve possível”, contudo, ponderou que o procedimento tem “caráter eletivo”. Dessa forma, Moraes entendeu que não havia urgência e determinou que os advogados sugerissem uma data.