Bruno Engler (PL) teve 34,38% dos votos válidos, com 94,86% das urnas apuradas, e vai enfrentar o prefeito Fuad Noman (PSD), que recebeu 26,47%, no 2º turno das eleições municipais em Belo Horizonte (MG). Acompanhe a cobertura das eleições municipais ao vivo no JOTA.
Mauro Tramonte (Republicanos), que liderou a corrida eleitoral por boa parte da campanha, perdeu força na reta final e terminou em terceiro lugar, com 15,22% dos votos. Gabriel Araujo (MDB) surpreendeu e ficou em quarto, com 10,59%, seguido de Duda Salabert (PDT), com 7,68%. Rogerio Correia (PT) amargou o sexto lugar, com 4,4%.
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Disputa acirrada
Três dias antes das eleições, o cenário estava incerto. As projeções, que inicialmente apontavam segundo turno entre Mauro Tramonte e Fuad Noman, apresentavam empate técnico entre três candidatos, incluindo Bruno Engler, na disputa por uma vaga no segundo turno. Pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (3/10), mostrava os três com 21% das intenções de voto.
Tramonte, que liderava até então, oscilou sete pontos negativamente. Já Noman e Engler subiram três pontos, indicando uma possibilidade de tirar o candidato do Republicanos da disputa no segundo turno.
Nesse contexto, as forças de esquerda que iniciaram a campanha com a mira apontada para o atual prefeito fizeram um recálculo da rota e passaram a indicar Fuad como o único capaz de evitar um segundo turno entre dois candidatos de direita. De olho nesse eleitorado, a missão do atual prefeito passou a ser de tentar atrair os votos progressistas sem se afastar do centro. No último debate antes das eleições, realizado pela TV Globo na quinta-feira (3/10), ele se autointitulou como o único candidato democrático na corrida eleitoral em BH.
O atual prefeito também foi o alvo principal dos candidatos de direita. Nesse último debate, ele passou as mais de duas horas de sabatina defendendo sua gestão. Disse que as críticas de que nada funciona desrespeitam a inteligência do eleitor e que é o único com experiência e boa relação com o governo federal para atrair e dar continuidade a obras importantes para a cidade.
Engler, por outro lado, usou esses argumentos do prefeito para associá-lo à velha política. Também tentou associar Fuad à imagem negativa do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB). Focado em crescer na disputal, Engler preferiu explorar a proximidade com o deputado federal Nikolas Ferreira, também do PL, em vez da ligação com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Seu discurso foi pautado em ser “o único” candidato capaz de promover mudanças e de combater a esquerda.
Já Tramonte apostou no cenário favorável por ser conhecido da população, por causa dos 16 anos em que foi apresentador de televisão, e tentou pautar a campanha no discurso de que “era líder” e ainda tinha muito a crescer. No entanto, o crescimento não se sustentou na proporção em que o candidato esperava na reta final da campanha. Um dos fatores que teria estancado a ascensão do candidato é a aliança com o ex-prefeito Alexandre Kalil. A principal hipótese é de que ele teria herdado a rejeição do aliado.
Saiba mais sobre os candidatos que vão ao 2º turno
Bruno Engler (PL)
Com apenas 26 anos, Bruno Engler está no segundo mandato como deputado estadual por Minas Gerais. Em 2022, foi o mais votado do estado, com 637.412 votos. O estudante de Direito nasceu em Curitiba (PR), mas fez carreira política em Belo Horizonte, onde foi um dos líderes do Movimento Direita Minas, de orientação conservadora. Em 2020, dois anos após chegar à Assembleia Legislativa de Minas Gerais, concorreu à Prefeitura de BH com apoio do então presidente Jair Bolsonaro, mas perdeu a disputa para Alexandre Kalil, que foi reeleito. Na época, Engler ficou em 2º lugar, com 9,95% dos votos válidos. Agora, Bruno Engler disputa o segundo turo pelo comando da Prefeitura de Belo Horizonte em chapa com a Coronel Cláudia, também do PL, como vice.
Fuad Noman (PSD)
Fuad Noman, 74 anos, é o atual prefeito de Belo Horizonte. Ele foi eleito vice em 2020 na chapa com Alexandre Kalil (PSD). Noman assumiu o governo local em março de 2022, depois que Kalil renunciou ao cargo para se lançar candidato ao governo do estado. Noman nasceu na capital mineira, se formou em Ciências Econômicas e foi servidor do Banco Central e do Tesouro Nacional. Ao longo de sua carreira, assumiu cargos no Executivo. Durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso, foi nomeado secretário-executivo da Casa Civil em 1999. Depois disso, foi secretário de estado em Minas Gerais em vários governos. Em 2003, foi secretário da Fazenda na gestão de Aécio Neves; em 2007, comandou a pasta de Transporte e Obras Públicas e em 2011, presidente da Gasmig (Companhia de Gás de Minas Gerais), quando Antônio Anastasia foi governador. Noman disputa o segundo turno da disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, pelo PSD, na chapa com Alvaro Damião (União), como vice.