O ministro Luís Roberto Barroso se despediu oficialmente do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (17/10), após quase 12 anos na Corte. A aposentadoria antecipada foi formalizada por meio de um decreto publicado em edição extra do Diário Oficial da União na quarta-feira (15/10).
Com 67 anos, Barroso poderia permanecer no STF até 2033, quando completaria 75 anos. Desde que decidiu anunciou, no dia 9/10, que iria encerrar sua trajetória na Corte antes do previsto, deixou de receber novos processos, conforme previsto no regimento interno do tribunal.
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“A vida é feita de ciclos”, afirmou, ao comunicar a decisão. A saída ocorre semanas após o fim de sua gestão como presidente da Corte, quando passou o comando ao ministro Edson Fachin.
Terceira vaga para Lula
A aposentadoria de Barroso abre caminho para a terceira indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo desde o início do atual mandato. Lula já nomeou os ministros Cristiano Zanin, em 2023, e Flávio Dino, em 2024. Como nos casos anteriores, o nome escolhido precisará passar por sabatina e aprovação no Senado Federal antes de tomar posse.
O favorito para a vaga é o atual Advogado-Geral da União, Jorge Messias, próximo ao presidente. Outro nome ainda cogitado, mas com menos força, é o do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Até o momento, o Planalto não informou quando enviará a indicação ao Congresso.
Posicionamento em temas sensíveis
Indicado ao STF em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff, Barroso levou para o tribunal sua atuação marcada por pautas ligadas aos direitos fundamentais, à bioética, à defesa da democracia e ao ativismo constitucional. Durante sua trajetória, relatou ou participou de julgamentos emblemáticos sobre a criminalização da homofobia, a legalidade do aborto em casos de anencefalia, a liberdade de expressão, além de votações sobre prisão em segunda instância e a Operação Lava Jato.
Antes de sua nomeação para o Supremo, destacou-se na advocacia como um dos principais constitucionalistas do país, participando de julgamentos relevantes no STF como advogado, em temas como pesquisas com células-tronco embrionárias, uniões homoafetivas e direito à interrupção da gravidez em casos de feto anencéfalo.