Barroso defende a ‘força do Direito’ contra a ‘força bruta’

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, defendeu a “força do Direito” diante da “força bruta”, como alternativa para garantia dos direitos fundamentais para se viver em sociedade.  

A fala foi proferida nesta segunda-feira (22/4), durante evento que marcou a inauguração da nova sede da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, e um dia após a manifestação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Copacabana, no Rio de Janeiro, onde se repetiram ataques ao STF e, em particular, ao ministro Alexandre de Moraes.

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“O Direito é a alternativa que se concebeu contra a força bruta. Em vez de guerra, tiros, bombas, força bruta e socos, prevalece o melhor argumento. Por isso devemos valorizar os grandes profissionais, pois é o que garante a proteção dos direitos fundamentais e ajuda no processo civilizatório”, disse.

Durante o evento, Barroso ainda criticou a arrecadação tributária no Brasil, que classificou como “injusta”.

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“A arrecadação tributária no Brasil é altamente injusta e regressiva. E quem paga a conta geralmente é o mais pobre. A gente tem que sempre evitar o horror econômico e o horror jurídico. E essa é a importância de se formar grandes profissionais, de primeira linha, para atuar nesses pontos”, disse.

A fala de Barroso durou pouco menos de 15 minutos. Antes do fim da inauguração do novo espaço, ele deixou a faculdade. A reportagem do JOTA tentou uma entrevista com o presidente do STF na saída do evento, mas ele disse que não falaria com a imprensa.

Mais cedo, também em São Paulo, durante seminário na Fundação Fernando Henrique Cardoso, Barroso falou especificamente sobre Alexandre de Moraes e defendeu a atuação do ministro.

“Claro que qualquer ministro, se estivesse lá, talvez pudesse fazer pontualmente diferente, mas no conjunto a atuação dele merece admiração e respeito, e tenho defendido porque acho que teve um papel muito importante”, disse.

Barroso ainda defendeu o STF contra o que chamou de “ímpeto destrutivo” dos partidários bolsonaristas.

“O Supremo é uma instituição humana, por isso em muitos momentos tem votos divergentes. Não é um espaço de consenso. É passível de crítica como qualquer instituição em uma democracia. Mas criticar uma instituição é completamente diferente do que ter um ímpeto destrutivo”, completou.

Além de Barroso, o evento na FGV teve a presença de Carlos Ivan Simonsen Leal, presidente da FGV; Maria Thereza de Assis Moura, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ); Patrícia Vanzolini, presidente da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP); Josie Jardim, diretora jurídica da Amazon, e Oscar Vilhena Vieira, diretor da FGV Direito SP.