Apostas: em defesa da lei

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Ao acompanhar a discussão em torno das bets, vejo com preocupação os rumos que algumas indagações e propostas têm tomado. Os debates sobre comportamentos de risco e saúde financeira dos apostadores são legítimos e contam com total apoio do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), que representa 75% das empresas do mercado nacional de apostas.

No entanto, ainda ecoam opiniões superficiais e radicais, colocando o simples banimento das bets como solução em detrimento da necessária regulação do setor.

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As empresas de apostas desempenham hoje um importante papel no mercado esportivo brasileiro. A presença das marcas no futebol profissional impulsiona um setor que gera empregos e renda. A parceria entre clubes e bets deve movimentar cerca de R$ 4 bilhões neste ano, viabilizando grandes projetos e fortalecendo o esporte mais amado pelos brasileiros.

Em paralelo, os patrocínios também alcançam outros segmentos. Esportes olímpicos são beneficiados pela parceria com as empresas de apostas, viabilizando a preparação de atletas que representaram brilhantemente o povo brasileiro nas Olimpíadas de Paris. O desenvolvimento do setor certamente nos levará a mais conquistas, gerando retornos palpáveis para a sociedade como um todo.

Vale sempre lembrar que as apostas têm como premissa o entretenimento. Porém, as ações de quem caminha à margem da lei levam a um ambiente tóxico e que acaba por contaminar o debate sobre as melhorias requeridas pelo IBJR e demais públicos interessados no bem-estar da economia e da população.

Os exageros comprovam a necessidade de regulação da publicidade e de proibição de anúncios ilegais e que sugerem – de forma covarde – apostas como caminho para obter renda e enriquecimento. Uma mentira que é replicada nas redes sociais por anúncios criminosos e postagens de influencers que trocaram a credibilidade pelo dinheiro fácil do jogo ilegal.

A proibição da publicidade vai na contramão dos benefícios que as bets trazem para a sociedade por meio de investimentos e arrecadação de impostos. O que se faz necessário é um trabalho sério de aperfeiçoamento das regras, tema em pauta no Ministério da Fazenda e no Poder Legislativo e que conta com apoio irrestrito do IBJR.

O instituto contribui com a expertise internacional de suas associadas e busca soluções técnicas aplicáveis e seguras. Uma delas é o uso da biometria para identificação dos apostadores, ferramenta semelhante à utilizada pelo setor bancário e uma forma efetiva de impedir que crianças e adolescentes tenham acesso às plataformas.

O endividamento excessivo e o combate à ludopatia e à lavagem de dinheiro também são prioridades para o Instituto. Dentro do que atualmente é disponibilizado pelos sistemas, já há a identificação de movimentações suspeitas ou incompatíveis com o perfil do apostador, gerando bloqueios de acesso e outras restrições.

A proposta é ampliar a gama de informações coletadas sobre os clientes para uma atuação ainda mais eficiente, com acesso a dados mais precisos fornecidos pelo sistema bancário e até por agentes públicos responsáveis pelo cadastro de beneficiários do Bolsa Família, por exemplo.

A resolução de todas estas questões passa pela regulamentação. Regras efetivas e que atendam às necessidades sociais e econômicas, beneficiando pessoas e famílias de todas as classes sociais. Com debates sérios e aprofundados, o jogo legal e devidamente regulamentado preservará conquistas e possibilitará, por meio da arrecadação de impostos, investimentos em áreas fundamentais como saúde, educação e segurança pública.

Seguimos firmes com nosso compromisso de tornar viáveis análises de alto nível técnico, gerando as melhorias necessárias demandadas pela sociedade. Um ambiente saudável para o entretenimento, sempre com base na legalidade, é a nossa principal bandeira.