Após áudios de Cid, Moraes determina prisão de Câmara e investigação contra seu advogado

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a prisão preventiva do réu Marcelo Câmara por ter descumprido medida cautelar imposta pelo STF na ação penal sobre a trama golpista. O ministro também abriu uma investigação paralela contra Câmara e seu advogado, Eduardo Kuntz. A decisão ocorreu após a defesa anexar no processo do Supremo áudios e conversas entre ele e o colaborador, Mauro Cid, em que falavam sobre os termos da colaboração premiada. Cid deve ser ouvido nesse novo inquérito.

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Segundo Moraes, Câmara descumpriu a proibição de comunicar-se com os demais investigados na ação penal, por qualquer meio, inclusive, por intermédio de terceiros e por redes sociais próprias ou de outras pessoas. O militar foi preso em 16 de janeiro de 2024 e a liberdade provisória foi concedida em maio do mesmo ano mediante a imposição de medidas cautelares.

O coronel da reserva do Exército e ex-assessor da Presidência da República compõe o núcleo da trama golpista que a Procuradoria-Geral da República (PGR) entende como os responsáveis pelo gerenciamento das ações para o golpe. Câmara seria um dos participantes do plano para executar o ministro Alexandre de Moraes.

O inquérito aberto por Moraes contra Kuntz e Câmara vai apurar a prática do crime de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa.

O material anexado por Kuntz no inquérito mostra uma série de áudios e prints de diálogos entre Marcelo Câmara e Cid por meio do perfil do Instagram “Gabrielar702”, em que ele daria detalhes sobre a colaboração premiada firmada com a Polícia Federal. Câmara foi assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro e é um dos 31 réus no STF.