Anvisa dará prioridade para registro de novas canetas emagracedoras

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Conforme antecipado pelo JOTA PRO na semana passada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tornou prioritária a análise de análogos de GLP-1, que contenham os princípios ativos semaglutida ou liraglutida, usados para o tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade nas chamadas canetas emagrecedoras.

O edital de chamamento 12 prevê que os pedidos protocolados até esta segunda-feira (25/8) tenham prioridade para registro. As empresas terão até 15 dias para solicitar a análise e a Anvisa deverá responder em até 30 dias o status do registro às empresas.

Com notícias da Anvisa e da ANS, o JOTA PRO Saúde entrega previsibilidade e transparência para empresas do setor

A semaglutida e a liraglutida são princípios ativos que compõem medicamentos agonistas de GLP-1, com indicação para o tratamento de diabetes tipo 2 e da obesidade, conhecidos comercialmente pelos nomes Saxenda e Victoza (liraglutida) e Wegovy e Ozempic (semaglutida).

A agência afirma, no edital, que o objetivo é “garantir o abastecimento do mercado brasileiro”, diante da “instabilidade” na oferta dos medicamentos. Além disso, justifica que quer fomentar o “desenvolvimento da indústria nacional” e “internalizar tecnologia” para fabricação doméstica, como um dos objetivos do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis). 

Até o dia 6 de agosto, havia nove pedidos de registro de medicamentos contendo semaglutida e sete relacionados à liraglutida aguardando o início da análise. Na área de medicamentos biológicos, havia três pedidos tramitando relacionados aos insumos liraglutida, semaglutida e à combinação de insulina icodeca e semaglutida. Nesse caso, os três processos encontram-se em fase inicial, aguardando distribuição para análise técnica.

Medicamentos análogos de GLP-1 não são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde. Na última quarta-feira (20/8), a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) rejeitou a incorporação da liraglutida e a semaglutida.

Anvisa e empresas divergem sobre desabastecimento

Segundo mostrou a analista do JOTA PRO Saúde, Lígia Formenti, uma apresentação da Anvisa para a indústria farmacêutica justificou o tratamento diferenciado pelo risco de desabastecimento do produto. Este argumento, contudo, foi questionado pela fabricante Novo Nordisk.

“O mercado está super abastecido. Nós temos hoje nossos produtos em todas as farmácias em quantidade suficiente para atender a todas as necessidades de todos os pacientes”, afirmou ao JOTA o vice-presidente de marketing da Novo Nordisk no Brasil, Eduardo Custodio. De acordo com ele, os estoques nas farmácias do país são suficientes para três meses.