O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu a advogada Vera Lúcia Araújo para a vaga de ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) destinada à classe dos juristas. A advogada fazia parte da lista tríplice integralmente feminina enviada em setembro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao presidente.
Integravam a lista tríplice, as advogadas Daniela Borges, presidente da OAB-BA, e Marilda de Paula Silveira, professora do IDP. A vaga foi aberta com o fim do mandato da ministra Maria Claudia Bucchianeri em agosto. Vera Lúcia integrou a lista tríplice do TSE no ano passado, mas o indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro foi o ministro André Ramos Tavares.
A advogada será a segunda mulher negra a ocupar uma vaga no TSE, depois da indicação da ministra Edilene Lôbo em agosto. A nomeação vem na sequência de pressões da sociedade civil e de entidades pela indicação de mais mulheres negras nas cortes superiores.
A advogada teve o nome citado em especulações sobre as indicações de Lula ao STF. O presidente nomeou Cristiano Zanin, empossado em agosto, e Flávio Dino, que assume a cadeira em 22 de fevereiro de 2024.
Trajetória de Vera Lúcia de Araújo
Vera Lúcia tem 63 anos, nasceu Livramento de Nossa Senhora, na Bahia. Filha de garimpeiro e de uma professora, chegou em Brasília aos 18 anos, onde se formou em Direito pelo UniCEUB.
Atualmente, a advogada compõe o Conselho Econômico e Social da Presidência da República e faz parte da coordenação executiva da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). Também atuou como conselheira da Comissão de Anistia Política do Ministério da Justiça, conselheira do Conselho Penitenciário do Distrito Federal e integrante da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB.
Vera Lúcia é uma das fundadoras da Frente de Mulheres Negras do Distrito Federal, foi diretora da Fundação Cultural Palmares, presidenta da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso do Distrito Federal e secretária-adjunta de Políticas para a Igualdade Racial do Distrito Federal.