Ao apresentar as novas projeções para o PIB e inflação, o Ministério da Fazenda recuou na estimativa do crescimento da economia brasileira em 2023 de 3,2% para 3,0%. Para 2024, a revisão do crescimento foi de 2,3% para 2,2%. Segundo o governo, a previsão é que a inflação do ano feche em 4,66%, com uma correção na estimativa anterior, de 4,85%. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (21/11), por meio do Boletim Macrofiscal.
Para estabelecer as novas projeções, a Secretaria de Política Econômica (SPE) considerou as estimativas negativas em relação ao setor de serviços até o fim do ano, que poderá registrar crescimento no 4º trimestre. Mesmo assim, os analistas acreditam que “a perspectiva ainda é de aceleração no ritmo da atividade no 4T, motivada pelo crescimento de alguns subsetores menos sensíveis ao ciclo e pela resiliência do consumo das famílias, em função do aumento da massa de renda real do trabalho e das melhores condições no mercado de crédito”.
Mesmo com a revisão, a projeção do governo ainda é mais otimista que a dos agentes do mercado financeiro. Segundo o último Boletim Focus, que resume as expectativas mercado, o crescimento do PIB de 2023 deve fechar em 2,85% e, para 2024, em 1,50%. As informações foram divulgadas na segunda-feira (20/11) pelo Bacon Central.
Em relação à inflação, a previsão é otimista ao rever o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,85% para 4,66%. Nessa perspectiva, o governo fecharia ano cumprindo a meta de inflação estipulada, que permite a oscilação do índice entre 1,75% e 4,75%. Para a SPE, “o processo de desinflação ocorreu mais rápido do que o inicialmente projetado, principalmente para os componentes subjacentes, levando a inflação para dentro do intervalo proposto pelo regime de metas já em 2023”.
Em sentido contrário, o governo reviu a previsão do IPCA para 2024, de 3,40% para 3,55%. As novas estimadas estão dentro da meta de inflação para o próximo ano, que poderá oscilar entre 1,5% e 4,5%. Segundo os analistas, a revisão considerou o aumento do ICMS anunciado pelos estados e as novas expectativas para os mercados de câmbio e das commodities.