A mais recente pesquisa CNT/MDA aponta sinais de recuperação na imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após o escândalo de fraudes no INSS, revelado em abril, a aprovação pessoal subiu de 40% para 41%, enquanto a desaprovação recuou de 55% para 53%, entre fevereiro e junho.
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Outro indicador de percepção sobre o governo mostra leve melhora. A avaliação positiva (“ótima” ou “boa”) manteve-se estável, repetindo os mesmos 29%, enquanto a negativa (“ruim” ou “péssima”) recuou de 44% para 40%. Já a parcela de eleitores indulgentes, que considera o governo “regular” subiu de 26% para 30%.
Os dados reforçam um quadro de desgaste do governo, o que mantém pressão sobre Planalto a pouco mais de 500 dias das eleições. Ao mesmo tempo, indicam que o pior momento pode ter ficado para trás — um sinal que já vinha sendo captado pelo consenso das pesquisas reunidas pelo agregador do JOTA na última semana.
Percepção fiscal e crise do INSS
A insatisfação com a carga tributária no Brasil é ampla: 82% dos brasileiros afirmam pagar mais impostos do que consideram justo, e 74% acreditam que o governo faz mau uso dos recursos arrecadados. Para 56%, são os mais pobres que pagam proporcionalmente mais impostos, enquanto apenas 23% acreditam que a carga é distribuída de forma igualitária.
Na busca por equilíbrio fiscal, 59% defendem o corte de privilégios de autoridades, e 28% preferem uma redução geral de gastos públicos.
O caso dos descontos indevidos em benefícios do INSS é conhecido por 81% dos entrevistados. Quanto à responsabilidade, 24% culpam servidores e agentes do instituto, 19% atribuem a culpa ao governo Lula, e 26% responsabilizam todos os envolvidos, incluindo sindicatos e a gestão Bolsonaro. A resposta do governo Lula ao escândalo é vista como positiva por 24% e negativa por 34%.
Redes sociais e regulação
Mais da metade dos brasileiros (52%) defende algum tipo de regulação das redes sociais, especialmente para combater fake news (50%) e crimes virtuais (45%). Quanto à entidade mais confiável para exercer esse controle, 37% preferem as próprias plataformas, 31% acreditam na autorregulação dos usuários e 30% optam pelo Judiciário. Para 62% dos entrevistados, as redes sociais exercem forte influência nos resultados das eleições.
O levantamento da CNT, um dos mais tradicionais do país desde 1998, foi realizado entre 11 e 15 de junho com 2.002 entrevistas presenciais em todas as regiões. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.