A nova Pesquisa CNT de Mobilidade da População Urbana, lançada nesta quarta-feira (7) com o apoio da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), destaca os desafios e a importância do transporte coletivo urbano de passageiros em um ano eleitoral. Apesar da crise, o transporte público continua sendo um serviço essencial de mobilidade no país.
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A pesquisa ouviu 3.117 pessoas presencialmente em seus domicílios, em 319 municípios com mais de 100 mil habitantes, de 18 de abril a 11 de maio.Confira a íntegra do levantamento aqui.
Segundo os números da pesquisa, o ônibus permanece essencial, sendo a única opção de locomoção para 53% dos usuários. A população de baixa renda, identificada como classes C e D/E, é a que mais utiliza ônibus (79%), trem urbano/metropolitano (77%) e metrô (62%). No entanto, os usuários apontam a necessidade de melhorar o serviço. Entre os principais problemas citados estão conforto, segurança, preço da tarifa e idade dos ônibus.
Confira os principais destaques
1) Transporte público coletivo diminuiu, mas segue essencial: Para 52,7% dos entrevistados, o transporte coletivo urbano por ônibus continua sendo essencial, apesar de ter perdido participação nos deslocamentos. Desde a última pesquisa em 2017, o uso do ônibus diminuiu de 45,2% para 30,9%, uma queda de 14,3 pontos percentuais, e o uso do metrô caiu de 4,6% para 4,2%. A pandemia de Covid19 também contribuiu para a redução da demanda de transporte público no país, com os sistemas de ônibus urbanos operando hoje entre 80% e 85% do nível pré-pandemia.
2) Um problema urbano: A parcela da população que considera o transporte coletivo um dos três principais problemas urbanos do país quase dobrou desde 2017, passando de 12,4% para 24,3%. Em ano eleitoral, o tema ganha ainda mais relevância, pressionando candidatos a propor soluções de mobilidade urbana em seus programas de governo.
3) Concorrência de aplicativos: O uso de serviços de transporte por aplicativo cresceram de 1,0% em 2017 para 11,1% em 2024. Esse aumento contribuiu para a substituição do uso do ônibus, com 56,9% dos entrevistados afirmando que deixaram de usar ou diminuíram o uso do ônibus. Entre os que migraram para aplicativos de transporte, 56,6% são da classe C e 20,1% das classes D/E.
4) Aumento do uso de veículos próprios: Comparado com a edição anterior de 2017, o uso de carros próprios aumentou de 22,2% para 29,6%, e o uso de motos próprias mais que dobrou, de 5,1% para 10,9%.
5) Principais problemas do transporte público: Questionados sobre os principais problemas relacionados ao transporte público em suas regiões, 45,9% dos usuários apontam a falta de conforto, 40% mencionam a insegurança, 39,5% destacam o preço elevado da tarifa e 31,8% reclamam da idade dos ônibus.
6) Demanda por conforto e sustentabilidade: 57% dos entrevistados estão dispostos a pagar mais para viajar sentados. Já 52,6% aceitariam uma tarifa diferenciada por veículos menos poluentes, e 32,1% pagariam mais por ônibus elétricos.
7) Maioria favorável a subsídios: 81,7% dos entrevistados são favoráveis a subsídios para o transporte público, com 59,9% aprovando subsídios universais (“tarifa zero”), enquanto 21,8% preferem subsídios para grupos específicos.