50,9% afirmam não confiar nos ministros do STF e 42,3% dizem confiar, aponta pesquisa

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Pouco mais da metade dos brasileiros dizem não confiar no trabalho e nos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O dado é da pesquisa “Confiança no Judiciário & Imagem dos ministros do STF”, feita pelo instituto de pesquisa AtlasIntel, em parceria com o JOTA. Dos 1.509 entrevistados, 50,9% disseram não confiar nos ministros do Supremo, enquanto 42,3% afirmaram confiar e 6,8% disseram não saber.

A desconfiança nos ministros é maior entre pessoas de 45 a 59 anos (68,3%), mulheres (53,3%), heterossexuais (54,6%), moradores da região Sul (78,1%) e Sudeste (58%), evangélicos (72,9%), com escolaridade até o ensino médio (56,9%), com renda familiar entre R$ 3.000 e R$ 5.000 (59,4%) e que votaram em Jair Bolsonaro (96,8%) ou em branco/nulo (100%) no segundo turno das eleições gerais de 2022.

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O levantamento, coletado entre os dias 6 e 9 de fevereiro de 2024, tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Imagem dos ministros

Decisões recentes de Dias Toffoli relacionadas à Lava Jato geraram discordância entre os entrevistados. A AtlasIntel identificou que 80% dos entrevistados discordam das decisões do ministro de suspender o pagamento de multas impostas às empresas J&F e Novonor (antiga Odebrecht) por envolvimento em esquemas de corrupção.

Por outro lado, 50% afirmaram concordar com a decisão dele de investigar a organização Transparência Internacional por suposto conluio com procuradores da Operação Lava Jato.

Entre os ministros do Supremo, Cármen Lúcia é quem tem a melhor avaliação: 48% dos entrevistados disseram que a ministra tem imagem positiva. Depois dela, aparecem os ministros Alexandre de Moraes (39%) e Luís Roberto Barroso (38%), atual presidente da Corte, como os mais bem avaliados. 

Moraes aparece também na lista dos ministros mais reprovados pelos brasileiros: 56% dos entrevistados afirmam ter uma imagem negativa do ministro. Em seguida vêm os ministros Dias ToffoliGilmar Mendes, com 60% e 57% de reprovação.

Defesa à democracia

A avaliação do desempenho dos ministros no combate à corrupção é a pior entre vários temas perguntados. Quase 60% dos entrevistados disseram que os ministros têm desempenho péssimo ou ruim no combate à corrupção, contra 41% que consideram a atuação deles ótima, boa ou regular.

A percepção sobre a qualidade do trabalho dos ministros da Corte também foi considerada péssima pela maior parte dos entrevistados em questões relativas a reformas para melhorar o funcionamento do Judiciário (53%), correção de erros e abusos de instâncias inferiores (53%), defesa da democracia (51%), profissionalismo e competência dos ministros (51%), defesa dos direitos individuais (51%) e imparcialidade entre rivais políticos (51%).

O desempenho dos membros da Corte foi melhor avaliado em questões como defesa da democracia (considerado ótimo por 34% dos entrevistados e bom por 9%), respeito ao Poder Legislativo (31% consideram ótimo e 12%, bom) e respeito à Constituição e as leis (29% ótimo, 13% bom).

Combate à corrupção

A pesquisa também identificou que 66% dos brasileiros concordam completamente com a frase “no Brasil, há muita corrupção”.

Quando questionados sobre a percepção sobre o aumento ou diminuição da corrupção no Brasil, a maior parte dos entrevistados (60,9%) disse que o problema está aumentando. Para 17,3%, ele está diminuindo, enquanto para 14,7%, não está mudando de patamar. Outros 7,1% disseram não saber.

A confiança nas instituições do Estado brasileiro para investigar, comprovar e punir esquemas de corrupção também está baixa. A maior parte dos brasileiros disseram ter nenhuma (44,9%) ou pouca confiança (22,4%) nas instituições.  Outros 18,9% afirmaram ter alguma confiança, enquanto 12,2% disseram ter muita.

O estudo identificou também que 61% dos brasileiros discordam totalmente da afirmação “no Brasil, quem pratica atos de corrupção é geralmente identificado e responsabilizado”.

Leia a íntegra da pesquisa aqui.