Acórdão confirma incompetência da JT para julgar pedido de vínculo em “pejotização”

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Acórdão confirma incompetência da JT para julgar pedido de vínculo em “pejotização”

A imagem mostra uma pessoa vestindo uma toga preta, típica do Poder Judiciário. A pessoa segura um grande martelo de juiz: com a mão direita, apoia o martelo sobre uma base de madeira escura; com a mão esquerda, segura o cabo do martelo. A pessoa usa uma camisa branca com gravata escura sob a toga, e parte do seu cabelo castanho aparece sobre os ombros. Ao fundo, há persianas de madeira e um ambiente interno iluminado. No canto superior direito, aparece o selo dos “40 anos do TRT da 15ª Região – Campinas”.

anagatto

Qua, 10/12/2025 – 13:15

Acórdão confirma incompetência da JT para julgar pedido de vínculo em “pejotização”
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A 7ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região manteve, por unanimidade, a sentença do Juízo da Vara do Trabalho de Bragança Paulista, que declarou a incompetência material da Justiça do Trabalho para julgar ação em que uma trabalhadora buscava o reconhecimento de vínculo empregatício após prestar serviços como pessoa jurídica.

A trabalhadora alegou que, apesar do contrato de prestação de serviços firmado com a tomadora, por meio do qual foi contratada como PJ, a relação mantida entre as partes possuía características de vínculo de emprego. O colegiado, entretanto, acompanhou o voto da relatora, juíza convocada Marina de Siqueira Ferreira Zerbinatti, que fundamentou a decisão na jurisprudência vinculante do Supremo Tribunal Federal (STF).

O acórdão indicou como precedentes o julgamento do Tema 725 da Repercussão Geral (RE 958.252) e a Reclamação Constitucional 64.039, que reconhecem a licitude de contratações realizadas por meio de pessoas jurídicas interpostas, incluindo a chamada “pejotização”. Nesses casos, a jurisprudência da Suprema Corte estabelece que eventuais controvérsias sobre o contrato têm natureza civil e devem ser apreciadas pela Justiça Comum, sendo a Justiça do Trabalho incompetente para reconhecer vínculo empregatício, salvo comprovação de fraude ou situação de vulnerabilidade do contratado.

Embora a relatora tenha salientado que tal entendimento possa “representar um indicativo de esvaziamento da competência da Justiça do Trabalho”, o caráter vinculante dessas decisões, aliado à necessidade de evitar falsas expectativas de direito e garantir a razoável duração do processo, levou o colegiado a concluir que eventuais irregularidades ou abusos em contratos firmados entre pessoas jurídicas devem ser analisados pela Justiça Comum, e não pela Justiça do Trabalho.
Processo n. 0012099-06.2024.5.15.0038

Foto: banco de imagens Envato.

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