O RJ-21 é o robô criado dentro do Projeto Solaria que permite a programação de processos de trabalho, de acordo com os procedimentos internos adotados em cada unidade judiciária. Com a ferramenta, as Varas do Trabalho podem criar regras de tramitação para que processos tenham andamento de forma autônoma ou para que sejam direcionados aos servidores responsáveis pelo próximo ato. Tudo com a menor interferência humana, por meio da combinação de movimentos processuais, dos diversos tipos de documentos juntados e dos chips (que são marcações nos processos ou documentos).
O juiz Bráulio Gabriel Gusmão, Secretário-Geral do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) e presidente da Comissão de Assessoramento, Acompanhamento e Apoio das Soluções de Automação dos Produtos Digitais da Área Judiciária (CAAAS-JUD), responsável pelo Solária, considera revolucionário este motor de regras. “O RJ-21 é o futuro do Projeto Solaria, em que entregamos aos usuários o poder de criar os seus próprios robôs. A combinação das regras torna exponenciais as possibilidades de automação”, afirma.
Para a presidenta do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR), Ana Carolina Zaina, o uso dos robôs é sequência natural a uma opção feita pelo Judiciário a partir do processo judicial eletrônico. “Cada vez mais vamos nos concentrar no foco da nossa missão, que é analisar o direito, deixando para os computadores os procedimentos burocráticos”, comentou a presidente do TRT-PR, onde se originou o Projeto Solária, hoje nacionalizado pelo CSJT.
A ferramenta possibilita milhares de combinações, entre elas a criação de chips que acionam outros robôs do Projeto Solaria, como o que designa a audiência no aplicativo Zoom (RJ-1), gerando a certidão com o link e intimando as partes.
A diretora da 7ª Vara do Trabalho de Londrina, Cristiane de Melo Mattos Sabino Gazola Silva, ressalta duas possibilidades de uso muito úteis à Justiça do Trabalho como um todo. A primeira é a criação de regras para casos de suspeição e impedimento de magistrado, a partir do ajuizamento de demandas, tendo como base o autor ou réu da demanda.
A outra possibilidade que a diretora destaca é em relação à capacidade de o Robô 21 encaminhar os autos para redistribuição ou para os núcleos de conciliação (CEJUSCs), de acordo com as decisões proferidas. “O RJ-21 traz rapidez e facilidade enquanto solução de gestão, em tempos de alta demanda por automação. É uma alternativa viável para a redução da força de trabalho”, avalia.
Ricardo Maciel dos Santos, diretor da 2ª Vara do Trabalho de Curitiba, avalia que o uso do robô economiza o tempo dos servidores, os quais realizariam algumas tarefas de forma manual. “O ganho de tempo e produtividade é grande. Basta que o gestor realize as configurações adequadas para que o robô entre em ação na sua unidade. Como instrumento de auxílio às unidades judiciárias entendo que o RJ-21 é um excelente motor de regras que permite uma série de automações úteis”, finaliza.