03/10/2023 – Arte, iluminação e centro ecumênico realçam importância do edifício sede do TRT-PR

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O processo de conquista do edifício sede do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR), no prédio histórico da antiga Sociedade Rio Branco, em Curitiba, foi ressaltado durante a celebração do aniversário do Tribunal, na última segunda-feira, 25. Um grande painel artístico toma agora a maior parte da parede interna do hall de entrada, e um novo sistema de iluminação foi instalado, para permitir que a instituição participe de campanhas de conscientização, como o Setembro Amarelo, tema inaugural da iluminação cênica.

O espaço ganhou também um centro ecumênico, junto ao Centro Histórico, e as placas que sinalizam as muitas inaugurações havidas desde 1976, ano de instalação do tribunal, foram concentradas em uma única área. “Prédio a prédio, reforma a reforma, mudança após mudança, o tribunal foi adquirindo a dignidade da casa própria, com empenho de sucessivas administrações e valiosas parcerias”, disse a presidenta da instituição, desembargadora Ana Carolina Zaina. “Este honroso endereço, por exemplo – prosseguiu -, foi consolidado pela sempre presidenta Rosalie Michaele Bacila Batista, com apoio decisivo do advogado Luiz Antônio Abagge, e em seguida confirmado pela presidenta Rosamarie Diedrichs Pimpão, que procedeu a desapropriação do prédio, para ocupação definitiva”.

Nossa Terra

Uma composição de 12 telas independentes, que em conjunto compõem o painel Nossa Terra, do artista plástico paranaense Toto Lopes, ocupa agora 20 m² da parede na entrada do edifício. O tema é o Paraná, sua paisagem, sua história e seu povo.

“Fiz um contexto com vários símbolos que contam a história do Paraná e do homem do campo, como a passagem dos tropeiros, o cultivo da erva-mate, a argila e o caulim das indústrias de cerâmica. Destaquei riquezas como o bioma, a história do povo e suas lendas e enalteci os trabalhadores e as indústrias que construíram o Paraná. Usei cores terrais, referindo-me à terra, origem dos nossos suprimentos e onde nascem as nossas sementes e sobre a qual construímos o mundo”, explicou Toto Lopes.

No centro da composição destaca-se uma grande Araucária, “mostrando a potencialidade que esse pinheiro tem, assim como o Tribunal e as pessoas, que precisam ser fortes no dia a dia”, nas palavras do artista.

O próprio Toto Lopes fez a audiodescrição de sua tela para o presidente da Comissão Cultural e Artística do TRT-PR, desembargador Ricardo Tadeu Marques da Fonseca, que é cego. O desembargador comentou o painel com o adágio “direito é técnica e justiça é arte”. Para atender o jurisdicionado com mais sensibilidade e empatia e propiciar a verdadeira distribuição de justiça, aplicando corretamente o direito, disse ele, “é muito importante que tenhamos contato com qualquer forma de expressão artística e cultural. Porque essas expressões possibilitam, justamente, a atuação sensível do juiz, além do texto da lei”.

O artista Toto Lopes faz a audiodescrição de sua tela para o presidente da
Comissão Cultural e Artística do TRT-PR, desembargador Ricardo
Tadeu Marques da Fonseca, que é cego. 

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TOTO LOPES SOBRE A OBRA NOSSA TERRA 

O Artista

Toto Lopes é natural de Campo Largo, município da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), conhecido como a “capital da louça”. Autodidata, o artista de 43 anos fundou o seu ateliê de soluções artísticas em 1996 e é especialista na reutilização de materiais descartados.

Além disso, trabalha com arte-educação desde 2007, ministrando oficinas de artes plásticas em projetos sociais de sua cidade natal e de outros municípios da região. Toto Lopes idealizou e coordenou o Projeto Eco-Natal (2009), que fez a decoração natalina da cidade de Campo Largo utilizando materiais descartáveis e envolveu mais 5 mil pessoas de projetos sociais, CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), escolas e voluntários, entre outros projetos semelhantes. Outras atividades que desenvolve são a produção cultural e o voluntariado, especialmente em hospitais infantis.

Centro ecumênico

O Espaço Ecumênico do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR) foi instalado com o propósito de oferecer momentos de meditação, reflexão, oração e desconexão da agitação do cotidiano, inspirado no respeito e harmonia entre diferentes visões de mundo. O espaço é simples e discreto, localizado no pavimento térreo do Edifício Rio Branco, ao lado do Centro de Memória do Tribunal.

Todos os cidadãos podem visitar o Espaço Ecumênico, frequentado assiduamente por magistrados, servidores, estagiários e terceirizados, advogados e membros do Ministério Público. O propósito da Justiça do Trabalho é a paz social, lembra a presidenta do TRT, desembargadora Ana Carolina. Esse processo, porém, comenta, “normalmente se dá em meio ao conflito de interesses, expectativas e desapontamentos, que perturbam não somente as relações sociais, mas a paz individual de cada demandante ou demandado. Com o espaço ecumênico, abrimos um pequeno oásis, onde, em sua intimidade religiosa, transcendental, cada integrante dessa coletividade que fornece e recebe jurisdição pode se retirar para momentos de reflexão e conexão”.

O padre Renaldo Amauri Lopes abençoou o local. “Esse Espaço Ecumênico vem abraçar todas as fés, todas as religiões, oferecendo a todas as pessoas que por aqui passam e a todas as que aqui trabalham um refúgio para um encontro com o Deus criador”, declarou o religioso.

O servidor André Dias de Freitas, que é pastor evangélico da Igreja Batista, afirmou que os seres humanos são seres espirituais, “e a parte espiritual influencia todas as outras”. Por isso, apesar de aberto a todos os cidadãos, ressaltou, o Espaço Ecumênico, pelo o que ele proporciona, demonstra “que o TRT-PR está preocupado com a qualidade de vida dos que aqui trabalham”.

Iluminação cênica

“Os compromissos de um tribunal são, em primeiro lugar, com a entrega da jurisdição, e a  missão do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região é pacificar os conflitos entre Capital e Trabalho no Estado do Paraná, mas não podemos nos esquecer de que os tribunais são também referências políticas, morais e éticas para toda a Nação”, disse a presidenta do Tribunal, desembargadora Ana Carolina, no acionamento do novo sistema de iluminação cênica do Casarão Rio Branco.

“Vejam, por exemplo, o notável posicionamento do Tribunal Superior do Trabalho em questões de gênero e outras pautas que, ainda quando não dizem respeito à agenda jurisdicional, são prioridades civilizatórias”, prosseguiu a presidenta. Prover de iluminação o edifício histórico que abriga o TRT do Paraná, “além de valorizar sua bela arquitetura, permite que a instituição explicite, pelo uso das cores, seu apoio incondicional a tais esforços civilizadores. Começando pelo Setembro Amarelo, necessária conscientização sobre o suicídio e as patologias psíquicas e sociais a ele associadas”, concluiu.

A nova iluminação permite a utilização de diferentes cores na fachada, com o objetivo de divulgar campanhas de conscientização relacionadas à saúde e ao trabalho seguro. O sistema é composto por 36 projetores LED (Diodo Emissor de Luz) 180W RGB (“Red-Green-Blue” – sistema universal de iluminação a partir do Vermelho, verde e azul.