Relatório bimestral: governo adota projeção realista, mas há incerteza sobre meta

  • Categoria do post:JOTA

A equipe econômica apresentou um quadro fiscal mais realista no terceiro relatório bimestral de receitas e despesas, com projeções alinhadas às dos analistas do mercado, evidenciando um risco significativo para atingir a meta de zerar o déficit primário neste ano, apesar do discurso oficial de otimismo.

O governo reconheceu ter subestimado as despesas previdenciárias. Mas aparentou não ter feito todo serviço diante da expectativa de obter sucesso com medidas de pente-fino (cujo foco principal é 2025) que ainda serão adotadas para completar esse processo — o que pode ajudar a controlar novos bloqueios no teto de gastos em 2024.

Este conteúdo é um resumo da Risco Político, análise diária enviada para os assinantes corporativos do JOTA PRO Poder. Clique aqui e conheça!

Em relação à arrecadação, Fazenda e Planejamento admitiram frustrações na arrecadação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) nos últimos meses, mas a divulgação ficou confusa ao não apresentar os dados projetados para todo o ano nas medidas extraordinárias, e ao trazer apenas os números previstos para o segundo semestre.

Embora o déficit projetado esteja no limite da banda de tolerância, os secretários do Tesouro e do Orçamento enfatizaram o cumprimento das metas, com menções a fatores não contabilizados, como dinheiro não gasto e possíveis medidas arrecadatórias.

Houve divergências entre Tesouro e Secretaria de Orçamento Federal (SOF) sobre o foco no centro da meta versus a banda de tolerância, com o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, enfatizando um cenário mais cauteloso e realista, mantendo dúvidas sobre a viabilidade de atingir a meta até o final do ano.

Este conteúdo é um resumo da Risco Político, análise diária enviada para os assinantes corporativos do JOTA PRO Poder. Clique aqui e conheça!